terça-feira, 24 de março de 2009

10 deputados estaduais querem integrar Cipe Rio Doce

Dez deputados já demonstraram interesse em integrar a Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce), da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
Já protocolaram ofício solicitando participação na Cipe os deputados Luzia Toledo (PTB), Atayde Armani (DEM), Paulo Roberto (PMN), Dary Pagung (PRP), Claudio Vereza (PT), Sargento Valter (PSB), Luciano Pereira (PSB), Marcelo Coelho (PSDB), Josias da Vitória (PDT) e Luiz Carlos Moreira (PMDB).
Desses, são membros antigos os deputados Claudio Vereza, Luzia Toledo e Luiz Carlos Moreira. A Cipe Rio Doce é formada por 11 parlamentares do Espírito Santo e 11 de Minas Gerais. Nela, cinco deputados são membros efetivos e cinco são suplentes; o presidente de cada Casa é considerado membro nato.
A composição da Cipe para o biênio 2009/2010 deverá ser definida este mês. Uma vez estabelecida, um coordenador regional é eleito em cada Estado. Após, é feita uma sessão plenária que reúne os membros da Cipe das duas Assembleias para definir quem será o presidente. Nos últimos dois biênios, a presidência ficou em Minas Gerais.
Ações – A Cipe Rio Doce foi instalada em 1999, por iniciativa da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, nos mesmos moldes da Cipe Rio São Francisco. Desenvolve projetos, fomenta e apoia ações de preservação ambiental, inclusive estabelecendo parcerias, entre outras atividades.
Um dos mais importantes projetos foi o "Rio Doce Limpo", que se propõe a auxiliar na resolução de dois graves problemas que envolvem o rio: o assoreamento e o lançamento de dejetos. Outro projeto de destaque é o "Álvaro Aguirre", que propõe atividades para recuperação da Mata Atlântica no entorno do Rio Doce e da mata ciliar.
Saiba mais
Formação
Os formadores do Rio Doce são os rios Piranga e Carmo, oriundos das serras da Mantiqueira e do Espinhaço. Os principais afluentes são os rios Piracicaba, Santo Antônio, Suaçuí Grande, Casca, Matipó, Caratinga-Cuieté, Manhuaçu, Pancas, São José e Guandu.
Extensão
A bacia hidrográfica do Rio Doce possui cerca de 83.400 km², dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. Abrange 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo. O Rio Doce tem uma extensão de 853 km.
População
A Bacia do Rio Doce atinge cerca de três milhões de habitantes, sendo cerca de 69% deles residentes na zona urbana. Na região, o êxodo rural é generalizado.
Economia
– A economia da região está baseada nas atividades de agricultura, indústria e mineração. A pecuária também é marcante.
– A Bacia do Rio Doce tem uma importância econômica relevante por abrigar o maior complexo siderúrgico da América Latina, formado pelas empresas Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a Acesita, a Usiminas e a Vale.
– Há também a geração de divisas devido às exportações de café e polpa de frutas.
Problemas
– A erosão é um dos maiores problemas ambientais da Bacia do Rio Doce. Há também problemas de áreas com avançados problemas de desertificação, lagoas e nascentes desprotegidas.
– Nas cidades, quase todo o esgoto e lixo são jogados nos cursos d’água ou em suas margens. Além disso, há grande captação de águas pelas indústrias. Os sólidos suspensos e o lixo em suas águas têm causado sérios danos ambientais em seu estuário, região de desova da tartaruga marinha.
História
– A região da Bacia do Rio Doce começou a ser ocupada nos fins do século XVII, pelos bandeirantes, vindos de São Paulo. Mariana e Ouro Preto foram a porta de entrada para a ocupação da bacia.
– Durante o ciclo da mineração, a Coroa Portuguesa proibiu a navegação no Rio Doce. Além da proibição, a mata fechada, a malária e os índios Botocudos, conhecidos por sua hostilidade, fizeram da região uma das últimas a serem ocupadas em Minas Gerais.
– Até o início do século XX, o Vale do Rio Doce permanecia amplamente coberto pela Mata Atlântica. A efetiva ocupação da região somente se deu a partir da construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).
(Inserida por Paulo Roberto Maciel. Fonte: Ales)

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