terça-feira, 12 de maio de 2009

Delegado diz que interceptação telefônica tinha autorização judicial


O delegado-chefe do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ), Olair José dos Santos, utilizou, na segunda-feira (11/05), a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Colatina (CMC) para dar a sua versão sobre a utilização de uma sala do Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear) - autarquia municipal - para atividades da Polícia Civil. A denúncia havia sido feita na sessão anterior pelo vereador Olmir Fernando de Araújo Castiglioni (PSDB) - FOTO -, que, utilizando um notebook, mostrou imagens sobre o que seria, segundo ele, a existência de uma sala cedida à polícia para gravar escutas telefônicas ('grampo'). O delegado disse que não se tratava de 'grampo' e sim interceptações telefônicas autorizadas pelo Poder Judiciário para concluir, principalmente, investigações de homicídios. Ele lembrou que com esse trabalho "em 2008 prendemos 50% dos homicidas" em Colatina. Em 2009, até agora foram dezessete homicídios consumados no município, sendo que dez suspeitos já estão presos. Explicou que a sala foi utilizada com autorização do então prefeito João Guerino Balestrassi e do diretor do Sanear, Cleuber Melotti, porque o DPJ não possui estrutura adequada para o trabalho de investigação dos crimes, que é altamente secreto. "Todo o trabalho é respaldado pelo Judiciário, sou delegado e professor universitário e não iria fazer algo ilegal....Fazer degravação (digitação das interceptações) tem que ser em segredo, não se pode ter acesso", explicou. Olair dos Santos falou de sua origem humilde e de sua ética e honestidade, dando a entender que alguém insatisfeito com sua atuação no DPJ promovia ações para desestabilizá-lo e retirá-lo de Colatina. Disse que um juiz chegou a ligar para ele, perguntando quando iria para Nova Venécia. O chefe do DPJ afirmou ainda que está tomando as providências para obter o reparo sobre as notícias inverídicas publicadas nesse epidódio. Ele pediu também apoio político dos vereadores para resolver o problema de superlotação de detidos na única cela existente no DPJ. Como a Penitenciária Regional de Colatina (PRCol) não pode mais receber presos, qualquer suspeito detido fica na pequena cela - sem nenhuma estrutura - do DPJ até lavrar o flagrante e demais procedimentos. Na segunda-feira havia quatorze detidos no local, entre acusados de variados delitos. O delegado sugere que seja feito um movimento para que os presos de outros municípios que estejam na PRCol sejam levados para suas cidades de origem, a fim de ter espaço para os colatinenses. (Reportagem: Paulo Roberto Maciel)

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