sábado, 16 de setembro de 2017

SEMANA TEOLÓGICA É CONCLUÍDA EM COLATINA/ES COM PALESTRA DO PADRE HENRIQUE

Na sexta-feira (15-9-2017), o padre Henrique Evangelista de Oliveira abordou o tema "O Lugar da Devoção Mariana na Vida da Igreja"

Começou na segunda-feira (11-9-2017) e terminou na sexta-feira (15), com palestras das 19h às 21h, a Semana Teológica 2017 do Centro de Estudos da Diocese de Colatina (Cedic), no Edifício São João Paulo II, em Colatina/ES. O tema do evento foi "FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER", que contemplou palestras alusivas à vida de Maria Santíssima e seu filho Jesus Cristo. A abertura foi com palestra do padre Malvino Xavier da Silva (titular da Paróquia São Pedro, de Baixo Guandu/ES), que falou sobre "Maria na Sagrada Escritura". Na terça-feira (12-9-2017), o juiz de direito Menandro Taufner Gomes abordou o tema "Maria e os Dogmas Marianos". Na quarta (13), "Maria Mãe de Deus" foi a temática do dia, com o diácono permanente Amauri Brás Caser. Na quinta-feira (14), a irmã Claudia Naves dos Reis falou sobre "Maria e a Maternidade Responsável".
Encerrando o ciclo de palestras do Cedic, na sexta-feira (15), foi a vez do padre Henrique Evangelista de Oliveira discorrer a respeito do tema "O Lugar da Devoção Mariana na Vida da Igreja". Mais informações sobre o evento podem ser obtidas nas secretarias paroquiais e/ou pelo e-mail areadecolatina@gmail.com e telefone (0xx27) 2102-5000.
O padre Henrique de Oliveira é da Congregação Passionista (Paixão de Jesus Cristo), e titular da Paróquia Imaculado Coração de Maria (bairro São Silvano, Colatina/ES). Em sua formação sacerdotal, fez Psicologia, Antropologia e atualmente estuda Direito. Sua exposição começou com um filmete sobre Nossa Senhora das Dores com áudio da música "Ave Maria" em inglês.
"Maria esteve com o Filho até o fim", enfatizou o sacerdote, lembrando que Nossa Senhora acompanhou Jesus até a sua crucificação e morte no Calvário. Ele citou os instrumentos cruéis utilizados pelo Império Romano no flagelamento e morte de Jesus. "O Império era cruel", disse. E falou da "firmeza de Maria, que esteve de pé no sofrimento", para recordar que era o Dia de Nossa Senhora das Dores. "Não é festa triste, mas da bem-aventurada, daquele que suportou as dores...".
Abordou subtemas, como a "Introdução dos livros litúrgicos", "Rubrica do Missal Romano", "O desafio dos 'modismos' litúrgicos... "A Liturgia tem de ser a tradição da Igreja continuada e renovada", observou. Ele falou das raízes do nome "Maria": Mariam, Míriam, Senhora... E lembrou que ela é citada não só nos livros cristãos, mas também o Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos). Falou sobre os três segredos de Nossa Senhora de Fátima, que foram cumpridos: 1) Haverá uma outra guerra e Portugal não participará dela; 2) O 'muro da vergonha' (Muro de Berlim, que dividiu a Alemanha após a II Guerra Mundial) será derrubado; e 3) Um homem de branco será alvejado em Roma e eu vou salvá-lo da morte (Papa - e hoje santo - João Paulo II, que foi baleado e sobreviveu ao atentado). O Papa, inclusive, guardou e dedicou a bala a Nossa Senhora de Fátima, reconhecendo o milagre e a realização das previsões marianas. O padre Henrique, no entanto, alertou para o perigo de muitos fiéis extrapolarem na piedade popular e partirem para o "piedosismo". Sobre as dimensões do culto cristão, enumerou a Ética (fazer o bem e lutar contra o mal), a Mística e o Ritual. Entrou ainda por outros subtemas, esclarecendo mais pontos relacionados ao culto católico e suas manifestações individuais, devoções, expressões cultuais, livros... Sobre a Liturgia, enfatizou que é "a expressão do culto oficial da Igreja, com normas e padronização" que devem ser respeitadas.
Fez uma pergunta a respeito da fé cristã católica: "Quem nós cultuamos?" Ele mesmo respondeu: "A Trindade. Nossa Oração é ao Pai, pelo Filho, no Espírito. Ou diretamente a Jesus. Nossa fé é Cristocêntrica , ou seja, o centro da nossa fé é Cristo". Em outra parte da palestra, explicou também sobre a intercessão de Maria e dos santos da Igreja. "Santo significa 'separado', é modelo de fé, de esperança, de luta... A única mediação de Cristo é inclusiva, ou seja, inclui os santos, seus cooperadores..." Reforçando que Cristo é o único mediador, mostrou - com documentos da Igreja - que a missão maternal de Maria não diminui a mediação única de Cristo, mas mostra sua potência, favorece a união dos fiéis com Cristo.
Sobre um ponto polêmico na relação de cristãos católicos e cristãos protestantes - a ressurreição dos mortos - disse: "Os evangélicos acreditam que os mortos estão dormindo...Para os católicos, a ressurreição acontece na hora da morte". Ele apontou, para isso, as palavras do próprio Jesus Cristo na cruz, ao perdoar o 'bom ladrão': "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso." (Lc 23, 43) Reconhecendo que muito do que foi escrito na Bíblia é difícil de entender, o padre passionista deu uma explicação simples para entender a Santíssima Trindade em que há três pessoas numa só - o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Exemplificou com a água, que é uma só, mas tem três estados: líquido, sólido (gelo) e gasoso (vapor). "Jesus é consubstancial ao Pai, da mesma substância..." Referiu-se à Exortação Apostólica do Papa Paulo VI (1975) "Marialis Cultus" e ao Concílio Vaticano II, para comentar sobre a importância de Maria na Igreja. "Na Reforma do Vaticano II, Maria é colocada em íntima relação com Cristo e a Igreja", revelou. Demonstrou que Maria está Liturgia da Igreja, na Profissão de Fé, nas Orações Eucarísticas, na Liturgia das Horas, nas Orações Completas, no Sacramento do Batismo, na Bênção do Santíssimo Sacramento, no Ritual do Exorcismo, no Sacramento do Matrimônio, ... E lembrou que em todos os domingos, ao meio-dia, o Papa reza A Honra do Angelus, na Praça de São Pedro, em Roma (Itália), além de que, todas as Liturgias Solenes no Vaticano são encerradas com cantos marianos. Destacou as devoções populares marianas, como o Terço, as procissões, as romarias aos santuários marianos, a Consagração a Maria, as Sete Dores e as Sete Alegrias de Maria, a Coroação a Maria, as promessas...O religioso conclui sua palestra dando várias definições para Nossa Senhora: Maria é mulher, esposa, dona de casa, amiga, companheira, esposa de um trabalhador, formadora de um filho, viúva que perde o filho, pessoa de idade, Maria de todas as horas (alegrias e tristezas, dores e esperanças), Maria Mãe da Santa Esperança, Maria Pobre de Aparecida, de Fátima, de Lourdes, de Guadalupe ... E encerrou decretando: "Os exercícios de piedade mariais devem ser cristológicos e trinitários, ao Pai, por Cristo, no Espírito".  
A Irmã (freira) Passionista Claudia Naves dos Reis (que também é pedagoga e assistente social) fez a apresentação de seu tema - "Maria e a Maternidade Responsável" - de uma forma bastante informal e didática, mostrando inclusive seus dotes musicais com o violão. Começou falando da "memória afetiva", recordando junto com a assistência músicas em homenagem a Nossa Senhora que foram aprendidas principalmente na infância.

Quanto aos textos relacionados a Maria Santíssima, iniciou com a Carta Encíclica "Redemptoris Mater" ("Mãe do Redentor"), do Papa (e hoje Santo) João Paulo II: "A mediação de Maria está intimamente ligada à sua maternidade e possui um carácter especificamente maternal, que a distingue da mediação das outras criaturas que, de diferentes modos e sempre subordinados, participam na única mediação de Cristo." (RM38). Em sua abordagem, Irmã Claudia disse que a "função materna de uma mulher é ser mediadora da vida, pois quando traz uma pessoa ao mundo está mediando a vida..."
Ela cobrou uma maior responsabilidade das mães atuais na sua "maternagem", acentuando que ser mãe tem uma amplitude muito maior que só providenciar cursos e escola e pagar contas dos filhos. "Maternidade responsável é também 'cortar o cordão umbilical'", enfatizou.
No sentido de mostrar a grande responsabilidade de Nossa Senhora, recordou que ela assumiu a condição de mãe aos quatorze anos, e Mãe de Jesus. Conforme a RM46, "A dimensão mariana da vida cristã assume um relevo particular no que diz respeito à mulher e à condição feminina".
Lembrou que foi o Papa Paulo VI que afirmou solenemente que "Maria é a Mãe da Igreja", demonstrando, com isso, a importância de Nossa Senhora na vida de todos os cristãos. Novamente citando  a RM50 enfatizou que "Diante da Mãe de Cristo nos sentimos verdadeiros irmãos e irmãs no âmbito daquele povo messiânico chamado a ser uma única família de Deus sobre a face da terra".
Reportou-se à história religiosa, informando que a Igreja, no ano 431, durante o Concílio de Éfeso, declarou Maria expressamente "Mãe de Deus" (Theotokos): "Estava em questão a unidade das duas naturezas por meio da 'hipóstase' (substância, em grego antigo) do Verbo, e o intercâmbio de atributos entre duas naturezas em Cristo". O apóstolo São Paulo também foi citado (Carta aos Gálatas 4, 4) para enfatizar a importância de Maria: "Ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Deus o seu Filho, nascido DUMA MULHER..." Com esta epístola, Paulo une entre si os momentos principais que determinam essencialmente o cumprimento do mistério "preestabelecido em Deus". (Ef 1, 9). O Filho, Verbo consubstancial ao Pai, nasce como homem de uma mulher, quando chega a "plenitude dos tempos". 
Em certo momento indagou: "E se Maria não quisesse participar do projeto de Deus?" Afinal, ela tinha apenas quatorze anos. Ma ela aceitou "participar do sonho de Deus que se tornou seu próprio sonho" (Cury, 2007, p. 23). Numa de suas viagens religiosas, a freira adquiriu na Polônia uma imagem de Maria Santíssima em que ela aparece amamentando Jesus. Essa peça de arte, ela fez questão de exibir em telão e apresentá-la a cada um dos presentes na noite de sua palestra.
Fora dos textos oficiais, a freira usou muito do tom informal para, por exemplo, elogiar a propagação do Terço dos Homens e dizer de sua emoção por essa devoção, além de lembrar do tempo em que ingressou na vida religiosa há trinta e um anos, quando estava com dezenove anos de idade e decidiu ir para o convento.  Lembrou de Nossa Senhora das Dores, padroeira da Congregação Passionista (a qual pertence), com o canto: "Firme de pé, junto da cruz, estava Maria, Mãe de Jesus! Estava Maria, Mãe de Jesus!" Fez ainda alguns devaneios sobre esse momento de sua passagem pela terra e a aguardada chegada ao Céu: "Terei muitas perguntas a fazer para Deus... Ou talvez a gente nem vai lembrar de nada, ou Deus nem vai perguntar..." Em outro ponto da palestra, disse pensar muito na Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) e como teria sido a conversa e a decisão do envio do Filho para salvar a humanidade. 
Em suas explanações, disse que Maria teve uma gravidez com os sintomas que toda mulher tem quando um bebê está se desenvolvendo dentro de si. "Jesus se formou das células de Maria..." Observou ainda que a maternidade de Maria pode ser avaliada por Jesus, que teve, certamente, sua educação e formação conduzidas por sua mãe. "Maria foi uma boa mãe", ou seja, teve uma maternidade responsável, acrescentou e irmã passionista.
Em determinado momento, citou a falta de compromisso das pessoas na atualidade, reconhecendo que muitas uniões conjugais estão se banalizando, e, por qualquer problema, acabam se desfazendo, em determinados casos sem completar sequer um ano de convivência em comum. Até mesmo na vida consagrada tem havido problemas semelhantes, segundo a religiosa, lembrando que quando ingressou no convento eram onze vocacionadas, e hoje "somos apenas três". 
"Maria Mãe de Deus" foi o tema da quarta-feira (13-9-2017), com o diácono (ordenado em 2016) Amauri Brás Caser (advogado de profissão). "Não há nos Evangelhos e nem nos apócrifos explicitamente a expressão 'Maria Mãe de Deus'", explicou o diácono Caser sobre o tema de sua palestra, observando, no entanto, que há vários documentos da Igreja Católica nesse sentido. Para ele sobre "Maria assunta ao Céu, de corpo e alma, não se discute mais", pois a Igreja definiu e quem pertence à Igreja deve aceitar, até mesmo por fazer parte dela e respeitar sua doutrina. O palestrante informou que Maria tem diversas designações honoríficas, inúmeros títulos, epítetos, invocações e outros nomes poéticos. São mais de 1.100 nomes conhecidos: "Templo do Senhor", "Sacrário do Espírito Santo", "O Tabernáculo e a Arca da Aliança"...  A Ladainha de Nossa Senhora evoca mais de cinquenta nomes, como "Rainha dos Apóstolos", "Torre de Marfim".... Sobre a conhecida oração católica "Ave Maria" explicou que a primeira parte é tirada da própria Bíblia Sagrada, quando o Arcanjo faz o anúncio a Maria e quando a prima Isabel a recebe. Já a segunda parte vem "da piedade popular"... O diácono permanente procurou demonstrar didaticamente porque Maria é chamada "Mãe de Deus", reportando-se a textos bíblicos do Velho e do Novo Testamento e de documentos oficiais da Igreja, publicados após estudos conciliares (Concílios Católicos). Entre os documentos, citou os textos 8, 66 e 55 do Lumen Gentium (LG), que significa Luz dos Povos, que diz: "Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada longa espera da promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação". Com a vinda de Cristo, Maria se torna o "lugar da residência divina". Orígenes o Cristão, em Alexandria, usou pela primeira vez o termo grego "Theotokos" (portadora de Deus, Mãe de Deus), mas o título não aparece explicitamente nos Evangelhos, "embora eles recordem a Mãe de Jesus e afirmem que Jesus é Deus". Já no século III d.C. os cristãos egípcios dirigiam-se a Maria com esta oração; "Sob a vossa proteção procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova e livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem gloriosa e bendita". Nesta oração de pagãos do Egito que viraram cristãos e se inspiraram em Orígenes, a expressão "Theotokos" ("Mãe de Deus") aparece pela primeira vez de forma explícita. Num dos pontos da exposição do diácono, foi esclarecidos que Jesus é uma pessoa com duas naturezas: Divina e humana, ou seja, é homem e Deus ao mesmo tempo. O bispo de Constantinopla, Nestório, pôs em dúvida, no Concílio de Éfeso, a legitimidade do título "Maria Mãe de Deus", mas houve movimento de protesto, no século V d.C. Em 431, o Concílio condenou as teses de Nestório e, "afirmando a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho", proclamou "Maria Mãe de Deus". Com essa expressão, a Igreja quer afirmar que ela é a "Mãe do Verbo Encarnado", que é Deus. "Maria não gerou Deus, gerou a Pessoa de Jesus - homem e Deus". Um dos doutores da Igreja, Santo Agostinho, disse que "se a Mãe fosse fictícia, seria fictícia também a carne de Jesus... fictícias seriam as cicatrizes da ressurreição...". No Catecismo da Igreja Católica (CIC) há referências ao assunto, destacando-se os textos 464, 495, 503, 507. "A Igreja não afirma que Maria criou o gerou a natureza divina de Jesus, mas não dá para dissociar uma da outra...", procurou explicar o diácono. Ele citou ainda vários textos bíblicos, como: Mt 1, 22-23; Mt 1, 16; Lc 1, 28; Lc 1, 31-35; Lc 1, 42-43; Gl 4,4; Jo 1, 1; At 1,14; Fl 2, 5-7; Gn 3, 15; Is 7, 14; Mq 5, 2-3; ... Reafirmou também todos os dogmas de Maria: A Conceição Imaculada ("preservada do pecado original em função de sua missão singular na história da Salvação"), a Maternidade Divina, a Virgindade ("em sinal de sua consagração radical ao projeto salvífico") e Maria Assunta aos Céus ("foi assunta aos Céus de corpo e alma em virtude de sua correspondência ímpar à vontade do Pai").
Sobre a devoção e culto a Maria, disse que "se fosse proibido cultuar a Santíssima Virgem, o primeiro violador foi o próprio Deus que mandou o Arcanjo São Gabriel saudá-la com a expressão 'Ave, cheia de graça!' (Lc 1, 28)". Sua prima Isabel também a saúda: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42). E a própria Maria diz, referindo-se ao Canto de Ana (do Antigo Testamento): "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada"
Na terça-feira (12-9-2017), o juiz de direito Menandro Taufner Gomes abordou o tema "Maria e os Dogmas Marianos". O magistrado - que já publicou livro sobre o tema - fez sua palestra durante duas horas e ficou disponível para todos os questionamentos dos presentes. "Maria não teve outros filhos; foi preparada para ter Jesus, que foi seu filho único", respondeu ele a uma pergunta polêmica sobre se Nossa Senhora teve mais filhos. Sobre os termos "irmão" ou "irmãos" de Jesus, citados nos textos sagrados, o palestrante afirmou que têm o mesmo significado de "primo" ou "primos" (que também podem significar "parente" ou "parentes"). Para dar suas explicações ele reportou-se até aos idiomas grego e hebraico, informando que o apóstolo Tiago, citado como "irmão" de Jesus, é, na verdade, primo de Jesus. Quando Jesus se refere a Maria como "mulher" e não como "mãe", explicou que trata-se, na realidade, de uma homenagem pois, na raiz da expressão, a tradução é "protetora" e "matriarca", o "título sacerdotal de Maria". E sobre outra polêmica, garantiu também, pelos estudos e pesquisas que fez, que Maria é mãe de Jesus-homem e Jesus-Deus, e não apenas do Jesus-homem como querem alguns. "Não há dois Jesus", enfatizou.. E ela é também a "Mãe da Igreja e de toda a humanidade redimida", conforme expressou Jesus na cruz ao se referir a ela e ao apóstolo João. Menandro Gomes defendeu os quatro dogmas da Maternidade Divina ("theotókos", em grego), da Imaculada Concepção, da Virgindade Perpétua e da Assunção.
RESUMO DA PALESTRA DO PADRE MALVINO XAVIER DA SILVA (2ª-F, 11-9-2017): Em tom descontraído, o religioso citou livros, capítulos e versículos da Bíblia onde a Mãe de Jesus se encontra presente literalmente no texto ou mesmo em caráter de "alusão" à sua presença. "Há textos que servem de inspiração para falar sobre o Verbo Divino", disse o padre. Entre os textos citados estão os do Primeiro e do Segundo Testamento, como: Gn 3, 15; Sf 3, 14; Ct 4, 7; Jr 31, 22; Is 7, 14; Mq 5, 1-4; Eclo 24, 1-24; Mt 1, 23; Mt 1, 18; Gl 4, 4; Mc 3, 30-35;... O padre Malvino deu mais ênfase ao Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Lucas e aos Atos dos Apóstolos, pois neles é mais visível a passagem de Maria pela terra: "Como bom médico, Lucas retrata a figura de Cristo mostrando todo seu lado humano e misericordioso que socorre, cura, liberta e salva a todos sem distinção". Nos escritos de São Lucas ("O evangelista das mulheres"), muitas qualidades de Maria são explicitadas. "Ela é o exemplo vivo do discípulo e seguidor de Jesus, a grande peregrina na fé", explicou. Para o palestrante, o Evangelho da infância de Jesus pode ser chamado de "Evangelho de Maria", destacando que a maioria dos fatos chegaram a Lucas por meio dela e sua presença está viva quase em cada fato: Na Anunciação, na Visitação (a Isabel), no "Magnificat", na Apresentação no Templo, no Encontro de Jesus entre os Doutores da Lei... Mostrou ainda que Maria não nasce como uma "santa pronta e acabada", pois teve suas dificuldades como todos os humanos, e, talvez por isso mesmo, nos lembra que Deus escolhe os pobres, os pequenos. Numa outra abordagem, ele falou sobre uma curiosidade específica do Evangelho escrito por São João: "Ele não cita o nome 'Maria', mas sim 'Mãe de Jesus' e 'mulher'". Neste Evangelho, o sacerdote mostra que fica forte a presença de Nossa Senhora nas "Bodas de Caná" - em que ela faz o pedido a Jesus para resolver o problema da falta de vinho no casamento. "No quarto Evangelho, Maria é a discípula fiel, pessoa de fé, mãe da comunidade, mulher solidária", acrescentou. Citou ainda o Livro do Apocalipse, capítulo 12, onde está o combate ao "dragão": "O grande dragão, hoje, pode ser encontrado nas drogas, na corrupção e na internet nas famílias, pois se não for bem usada causa a destruição". Ao fim da palestra, as pessoas presentes puderam fazer perguntas. 
TEXTO E FOTOS: Repórter, radialista e blogueiro Paulo Maciel, de Colatina/ES, para os sites facebook.com/paulomacieldaradio e reporterpaulomaciel.blogspot.com (16-9-2017)

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