quinta-feira, 14 de setembro de 2017

SEMANA TEOLÓGICA CONTINUA NESTA QUINTA EM COLATINA/ES

Nesta quinta-feira (14-9-2017), a irmã Claudia Naves dos Reis falará sobre "Maria e a Maternidade Responsável"

Começou na segunda-feira (11-9-2017) e prossegue até sexta-feira (15), das 19h às 21h, a Semana Teológica 2017 do Centro de Estudos da Diocese de Colatina (Cedic), no Edifício São João Paulo II, em Colatina/ES. O tema é "FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER", com palestras alusivas à vida de Maria Santíssima e seu filho Jesus Cristo. A abertura foi com palestra do padre Malvino Xavier da Silva (titular da Paróquia São Pedro, de Baixo Guandu/ES), que falou sobre "Maria na Sagrada Escritura". Na terça-feira (12-9-2017), o juiz de direito Menandro Taufner Gomes abordou o tema "Maria e os Dogmas Marianos". Na quarta (13), "Maria Mãe de Deus" foi a temática do dia, com o diácono permanente Amauri Brás Caser. Nesta quinta-feira (14), a irmã Claudia Naves dos Reis falará sobre "Maria e a Maternidade Responsável".
Encerrando o ciclo de palestras do Cedic, na sexta-feira (15), será a vez do padre Henrique Evangelista de Oliveira discorrer a respeito do tema "O Lugar da Devoção Mariana na Vida da Igreja". As inscrições e mais informações podem ser obtidas nas secretarias paroquiais e/ou pelo e-mail areadecolatina@gmail.com e telefone (0xx27) 2102-5000.
"Maria Mãe de Deus" foi o tema da quarta-feira (13-9-2017), com o diácono (ordenado em 2016) Amauri Brás Caser (advogado de profissão). "Não há nos Evangelhos e nem nos apócrifos explicitamente a expressão 'Maria Mãe de Deus'", explicou o diácono Caser sobre o tema de sua palestra, observando, no entanto, que há vários documentos da Igreja Católica nesse sentido. Para ele sobre "Maria assunta ao Céu, de corpo e alma, não se discute mais", pois a Igreja definiu e quem pertence à Igreja deve aceitar, até mesmo por fazer parte dela e respeitar sua doutrina. O palestrante informou que Maria tem diversas designações honoríficas, inúmeros títulos, epítetos, invocações e outros nomes poéticos. São mais de 1.100 nomes conhecidos: "Templo do Senhor", "Sacrário do Espírito Santo", "O Tabernáculo e a Arca da Aliança"...  A Ladainha de Nossa Senhora evoca mais de cinquenta nomes, como "Rainha dos Apóstolos", "Torre de Marfim".... Sobre a conhecida oração católica "Ave Maria" explicou que a primeira parte é tirada da própria Bíblia Sagrada, quando o Arcanjo faz o anúncio a Maria e quando a prima Isabel a recebe. Já a segunda parte vem "da piedade popular"... O diácono permanente procurou demonstrar didaticamente porque Maria é chamada "Mãe de Deus", reportando-se a textos bíblicos do Velho e do Novo Testamento e de documentos oficiais da Igreja, publicados após estudos conciliares (Concílios Católicos). Entre os documentos, citou os textos 8, 66 e 55 do Lumen Gentium (LG), que significa Luz dos Povos, que diz: "Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada longa espera da promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação". Com a vinda de Cristo, Maria se torna o "lugar da residência divina". Orígenes o Cristão, em Alexandria, usou pela primeira vez o termo grego "Theotokos" (portadora de Deus, Mãe de Deus), mas o título não aparece explicitamente nos Evangelhos, "embora eles recordem a Mãe de Jesus e afirmem que Jesus é Deus". Já no século III d.C. os cristãos egípcios dirigiam-se a Maria com esta oração; "Sob a vossa proteção procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova e livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem gloriosa e bendita". Nesta oração de pagãos do Egito que viraram cristãos e se inspiraram em Orígenes, a expressão "Theotokos" ("Mãe de Deus") aparece pela primeira vez de forma explícita. Num dos pontos da exposição do diácono, foi esclarecidos que Jesus é uma pessoa com duas naturezas: Divina e humana, ou seja, é homem e Deus ao mesmo tempo. O bispo de Constantinopla, Nestório, pôs em dúvida, no Concílio de Éfeso, a legitimidade do título "Maria Mãe de Deus", mas houve movimento de protesto, no século V d.C. Em 431, o Concílio condenou as teses de Nestório e, "afirmando a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho", proclamou "Maria Mãe de Deus". Com essa expressão, a Igreja quer afirmar que ela é a "Mãe do Verbo Encarnado", que é Deus. "Maria não gerou Deus, gerou a Pessoa de Jesus - homem e Deus". Um dos doutores da Igreja, Santo Agostinho, disse que "se a Mãe fosse fictícia, seria fictícia também a carne de Jesus... fictícias seriam as cicatrizes da ressurreição...". No Catecismo da Igreja Católica (CIC) há referências ao assunto, destacando-se os textos 464, 495, 503, 507. "A Igreja não afirma que Maria criou o gerou a natureza divina de Jesus, mas não dá para dissociar uma da outra...", procurou explicar o diácono. Ele citou ainda vários textos bíblicos, como: Mt 1, 22-23; Mt 1, 16; Lc 1, 28; Lc 1, 31-35; Lc 1, 42-43; Gl 4,4; Jo 1, 1; At 1,14; Fl 2, 5-7; Gn 3, 15; Is 7, 14; Mq 5, 2-3; ... Reafirmou também todos os dogmas de Maria: A Conceição Imaculada ("preservada do pecado original em função de sua missão singular na história da Salvação"), a Maternidade Divina, a Virgindade ("em sinal de sua consagração radical ao projeto salvífico") e Maria Assunta aos Céus ("foi assunta aos Céus de corpo e alma em virtude de sua correspondência ímpar à vontade do Pai").
Sobre a devoção e culto a Maria, disse que "se fosse proibido cultuar a Santíssima Virgem, o primeiro violador foi o próprio Deus que mandou o Arcanjo São Gabriel saudá-la com a expressão 'Ave, cheia de graça!' (Lc 1, 28)". Sua prima Isabel também a saúda: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42). E a própria Maria diz, referindo-se ao Canto de Ana (do Antigo Testamento): "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada"

Na terça-feira (12-9-2017), o juiz de direito Menandro Taufner Gomes abordou o tema "Maria e os Dogmas Marianos". O magistrado - que já publicou livro sobre o tema - fez sua palestra durante duas horas e ficou disponível para todos os questionamentos dos presentes. "Maria não teve outros filhos; foi preparada para ter Jesus, que foi seu filho único", respondeu ele a uma pergunta polêmica sobre se Nossa Senhora teve mais filhos. Sobre os termos "irmão" ou "irmãos" de Jesus, citados nos textos sagrados, o palestrante afirmou que têm o mesmo significado de "primo" ou "primos" (que também podem significar "parente" ou "parentes"). Para dar suas explicações ele reportou-se até aos idiomas grego e hebraico, informando que o apóstolo Tiago, citado como "irmão" de Jesus, é, na verdade, primo de Jesus. Quando Jesus se refere a Maria como "mulher" e não como "mãe", explicou que trata-se, na realidade, de uma homenagem pois, na raiz da expressão, a tradução é "protetora" e "matriarca", o "título sacerdotal de Maria". E sobre outra polêmica, garantiu também, pelos estudos e pesquisas que fez, que Maria é mãe de Jesus-homem e Jesus-Deus, e não apenas do Jesus-homem como querem alguns. "Não há dois Jesus", enfatizou.. E ela é também a "Mãe da Igreja e de toda a humanidade redimida", conforme expressou Jesus na cruz ao se referir a ela e ao apóstolo João. Menandro Gomes defendeu os quatro dogmas da Maternidade Divina ("theotókos", em grego), da Imaculada Concepção, da Virgindade Perpétua e da Assunção.
RESUMO DA PALESTRA DO PADRE MALVINO XAVIER DA SILVA (2ª-F, 11-9-2017): Em tom descontraído, o religioso citou livros, capítulos e versículos da Bíblia onde a Mãe de Jesus se encontra presente literalmente no texto ou mesmo em caráter de "alusão" à sua presença. "Há textos que servem de inspiração para falar sobre o Verbo Divino", disse o padre. Entre os textos citados estão os do Primeiro e do Segundo Testamento, como: Gn 3, 15; Sf 3, 14; Ct 4, 7; Jr 31, 22; Is 7, 14; Mq 5, 1-4; Eclo 24, 1-24; Mt 1, 23; Mt 1, 18; Gl 4, 4; Mc 3, 30-35;... O padre Malvino deu mais ênfase ao Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Lucas e aos Atos dos Apóstolos, pois neles é mais visível a passagem de Maria pela terra: "Como bom médico, Lucas retrata a figura de Cristo mostrando todo seu lado humano e misericordioso que socorre, cura, liberta e salva a todos sem distinção". Nos escritos de São Lucas ("O evangelista das mulheres"), muitas qualidades de Maria são explicitadas. "Ela é o exemplo vivo do discípulo e seguidor de Jesus, a grande peregrina na fé", explicou. Para o palestrante, o Evangelho da infância de Jesus pode ser chamado de "Evangelho de Maria", destacando que a maioria dos fatos chegaram a Lucas por meio dela e sua presença está viva quase em cada fato: Na Anunciação, na Visitação (a Isabel), no "Magnificat", na Apresentação no Templo, no Encontro de Jesus entre os Doutores da Lei... Mostrou ainda que Maria não nasce como uma "santa pronta e acabada", pois teve suas dificuldades como todos os humanos, e, talvez por isso mesmo, nos lembra que Deus escolhe os pobres, os pequenos. Numa outra abordagem, ele falou sobre uma curiosidade específica do Evangelho escrito por São João: "Ele não cita o nome 'Maria', mas sim 'Mãe de Jesus' e 'mulher'". Neste Evangelho, o sacerdote mostra que fica forte a presença de Nossa Senhora nas "Bodas de Caná" - em que ela faz o pedido a Jesus para resolver o problema da falta de vinho no casamento. "No quarto Evangelho, Maria é a discípula fiel, pessoa de fé, mãe da comunidade, mulher solidária", acrescentou. Citou ainda o Livro do Apocalipse, capítulo 12, onde está o combate ao "dragão": "O grande dragão, hoje, pode ser encontrado nas drogas, na corrupção e na internet nas famílias, pois se não for bem usada causa a destruição". Ao fim da palestra, as pessoas presentes puderam fazer perguntas. 
TEXTO E FOTOS: Repórter, radialista e blogueiro Paulo Maciel, de Colatina/ES, para os sites facebook.com/paulomacieldaradio e reporterpaulomaciel.blogspot.com (14-9-2017)

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