sábado, 19 de novembro de 2016

Católico, repórter Paulo Maciel comparece, com autorização, a sessão espírita em Colatina/ES

Estou estudando Teologia, curso oferecido pelo Cedic, da Diocese de Colatina/ES. Por isso tenho que pesquisar as diversas religiões, seitas e doutrinas que existem, além da Igreja Católica Apóstólica Romana. Para preparar uma pregação ou homilia, quanto mais eu estiver abastecido de conhecimentos melhor será para mim e para os nossos queridos fiéis, sejam eles católicos ou protestantes.
Por isso fui procurar o meu pároco, a fim de receber autorização para comparecer, em busca investigativa,  a uma sessão espírita. Fui, então, à reunião de psicografia pública do médium Fernando Ben, em Colatina/ES, neste sábado (19/11/2016).
Na verdade, já havia recebido sinalizações extracorpóreas para assim fazê-lo, mas sou muito cioso de minhas obrigações religiosas e por isso procurei o meu preceptor. Em lá chegando, fiquei na expectativa do que poderia acontecer durante o evento bastante concorrido. Até pensei que fosse receber alguma mensagem do além, provinda de ente querido falecido mais próximo. Fui com a camisa do Santuário Divino Pai Eterno, que adquiri em Trindade/GO, numa de minhas viagens interestaduais. Como sou repórter, além de estudante, levei um caderno de anotações para ter alguma base gravada para escritos posteriores.
O encontro começou com uma introspecção, e o "Pai Nosso" foi rezado como na Igreja Católica, apenas subsituindo-se o "Amém" pelo "Assim Seja". Lídia e Peçanha cantaram e tocaram violão, dando o tom musical da sessão, se revezando no cantinho do som.
O médium, então, começou a receber as mensagens, psicografadas com caneta esferográfica em papel-ofício A4 (acho que no tempo de Chico Xavier eram utilizados os simplórios lápis).
Na mesa, ao lado do médium, um casal fazia a organização das folhas com as mensagens, que eram introduzidas em envelopes amarelos, conforme a destinação familiar. O médium, com espírito brincalhão, ao colocar à venda um interessante livro, disse que quem não comprasse poderia receber a visita do "obsessor". (Houve gargalhada geral).
Havia jovens e adultos, homens e mulheres, diversidade racial. Alguns dos presentes fechavam os olhos procurando sentir as vibrações e energias; outros apenas observaram; havia ainda os que choravam ao perceber alguma referência mediúnica familiar; e também era visível a movimentação rumo à toalete.
Meu coração batia acelerado desde antes de comparecer à sessão, pois estou sendo impulsionado ultimamente por algumas forças espirituais muito poderosas, independentemente do evento em questão. Observei, em determinado momento, que uma mulher mais próxima da mesa parecia ter uma lágrima na face. Parecia querer, verdadeiramente, receber uma mensagem psicografada.
O médium fazia como Chico Xavier: mão esquerda nos olhos e direita na escrita. Os auxiliares recolhiam as folhas ordenando-as. A mulher à beira da mesa não só parecia que chorava, ela chorava mesmo.  Na mesa, papéis para a psicografia, envelopes amarelos, uma jarra com água e outra com flores, um copo, guardanapos, os óculos do "intercessor", canetas, chaves de um veículo automotor e um telefone celular repousando numa aba.
Uma mulher com uma faixa na perna passou por mim, certamente à espera  de uma mensagem espiritual. Enfim o médium começou a chamar pessoas que poderiam ter relação com os escritos psicografados.
Um dos momentos emocionantes foi quando a plateia começou a cantar, junto com o músico animador, melodias do mais católico dos cantores-compositores católicos, Roberto Carlos: "Esta Luz só pode ser Jesus... Esta Luz só pode ser Jesus."
Foi aí que tive a certeza de que JESUS era o centro de tudo naquele pequeno auditório lotado em tarde de calor, ainda que os ventiladores estivessem ligados.  Não só mulheres, mas homens também vão ao "water closet". Além de água mineral, "rola" até um cafezinho num canto da sala. Um rapagão me adverte que estou lhe atrapalhando a visão da mesa.
Mais uma canção do Roberto Carlos toma conta do ambiente: "Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vidaaaa, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim." (Faíscas no meu pensamento me lembram que fiz um exame com nutricionistas do Unesc, hoje cedo, que me deram somente 1,53m de altura. E eu que pensava que tinha 1,57m, 1,58m!!!) Mais uma música ressoa no ambiente: O "Pai Nosso" que ficou famoso nas missas do padre Marcelo Rossi, agora com releitura clássica para o espiritismo. Uma mulher ao meu lado parecia chorar. Troca-se o animador musical. Concluida a psicografia para uma mulher que foi à frente. Entoa-se mais uma composição do Roberto: "Tudo o que aqui Ele deixou, não passou e vai sempre existir..." A galera vai à loucura (contidamente). E vem a oração clássica dos católicos, em melodia que encanta até os ditos ateus inconfessos: "Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz; onde houver ódio que eu leve o amor..." Paz e Bem para todos, com a bênção de São Francisco de Assis. (Ah, eu ia me esquecendo: Foi cantada também e efusivamente a famosíssima do Robertão: "Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo, eu estou aqui...").
E de repente... eu, vestido com a camiseta do Santuário Divino Pai Eterno, fiquei confuso: "Será que é isso mesmo que ouço?" Sim, era uma música falando literalmente do "Pai Eterno". Não conheco a letra, nem a melodia. Voltando ao cenário principal, o médium dá uma paradinha, pois ninguém é de ferro, e vai a algum lugar terreno fazer suas necessidades terrenas... Auxiliares preparam novas folhas A4. O médium, então, minutos depois, retorna à mesa e chama pessoas "presentes" em suas mensagens. (Engraçado, o cantor-violonista cruza as perninhas que nem eu, que nem o Délio,  que nem o João Doria, eleito prefeito de São Paulo). Termina mais uma psicografia e cartas são colocadas em envelopes, já em número de cinco.  O som musical ambiente continua. (Fagulhas no meu pensamento me fazem sorrir aristocraticamente, pois eu, como católico praticante, queria ir à sessão "disfarçado", com peruca, bigode e barba postiços. Tentei até comprar esses acessórios em Vila Velha, Vitória e Colatina. Ainda bem que o meu padre me liberou! Fiquei me imaginando "disfarçado" naquele ambiente, onde estava um juiz de direito com quem posei para fototrafia anos atrás)... Ocorre novo revesamento dos músicos; nova psicografia concluída... Doutor Virgílio Knupp fala algo sobre o "Amor", em meio a uma pausa da liturgia da sessão. Parece-me que as mensagens do além já consumiram uma resma de papel. Ou não! Uma mulher chora ao receber mensagem, e agracede a "intercessão" de uma amiga da casa por ela para que isso fosse possível. (Durante a sessão, eu fiquei escrevendo nas orações impressas de Santa Rita o endereço do meu blog www.reporterpaulomaciel.blogspot.com e o do meu face www.facebook.com/paulomacieldaradio e, acreditem, quando terminei de preencher a última oração, o médium também finalizou o trabalho mediúnico, numa incrível coincidência de escritas)... O médium faz uma pequena pausa e, pouco depois, volta para entregar cartas psicografadas a familiares ou amigos presentes. Só observei um choro um pouquinho mais desregrado que os demais. Acho que aconteceu pelo fato da senhorinha receber uma mensagem de familiar muito próximo. Na exposição mediúnica, graças a Deus, todos os mortos que se manifestaram na mente do guia espírita só transmitiram coisas boas. Uma delas me chamou a atenção, pois recentemente fui ao cemitério, mais especificamente no Dia de Finados, visitar o túmulo de meus pais e irmã. A mensagem falava de "luz" e agradecia pelo "santinho" colocado no túmulo do cemitério. "Não estou lá, mas ainda assim agradeço", teria transmitido o "ghost". Isto quer dizer que é bom, sim, visitar o cemitério, mesmo para os espíritas. (Não é mesmo, senhor sabe-tudo?)... O médium lê mais uma mensagem, que cita Nossa Senhora e recomenda não sentir medo da morte... (Meu pensamento não para e, mais uma vez, eu tento me desvencilhar de faíscas e fagulhas profanas, que me trazem coisas que eu não gostaria de ter na mente. Ainda bem que Deus já me fez passar a mensagem de que é assim mesmo que funciona, até que possamos vê-Lo face a face)... Ouço mais uma leitura de carta de alguém que está na morada espiritual, onde tem até hospital e uma fotografia gigante de Jesus, o Cristo Salvador. PS.: Ah, me lembrei de uma coisa: Nunca sei ao certo se o nome daquele pastor que veio a Colatina, tempos atrás, é RR Soares ou RS Soares!!!
(Texto e fotos: Repórter, radialista e blogueiro Paulo Maciel) 

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