segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Repórter Paulo Maciel faz "tour" de doze horas, a pé, pelo Rio de Janeiro no fim das Olimpíadas 2016

Texto e fotos: Paulo Maciel

Alô amigos do blog WWW.REPORTERPAULOMACIEL.BLOGSPOT.COM , eu sou o repórter PAULOMACIEL, titular deste blog, radialista, redator, autor dos livros HISTÓRIA VIVA DE COLATINA e MINHAS VIAGENS MARÍTIMAS PELO MUNDO, agente da Pastoral da Sobriedade, licenciado em LETRAS pela FAFIC, e, nas horas vagas, fotógrafo, poeta, compositor e cantor amador. Sou o que se pode chamar popularmente de “cara que não
existe”, analisando-se o giro turístico que fiz, a pé (é isso mesmo: andando, caminhando, correndo), por avenidas, ruas, vielas, calçadas, praças, praias, de uma grande cidade brasileira. Uma gostosa aventura mais ou menos programada.
Até eu mesmo me questiono às vezes. Neste sábado (20/08/2016) decidi, na última hora, diante de algumas circunstâncias, viajar ao Rio de Janeiro/RJ, cidade na qual já morei e admiro muito cultural e sentimentalmente. Deixei Colatina/ES à noite e cheguei ao destino na manhã de domingo (21). Um dos meus projetos era visitar um parente, a fim de levar pessoalmente minhas condolências pela perda recente da esposa.
Esse ato solidário, porém, não foi possível, dadas as circunstâncias especiais vividas pela “Cidade Maravilhosa” em razão das Olimpíadas 2016. Como a urbe estava com o trânsito totalmente modificado e com segurança reforçada pelo Exército, Marinha, Aeronáutica, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e outros atores, não ficou fácil para o cidadão comum se locomover para alguns subúrbios cariocas.
As informações sobre os novos pontos de ônibus eram desencontradas e percebi que até mesmo os trabalhadores locais estavam encontrando dificuldades nesse particular. Além do mais, diga-se de passagem, era um dia de feriado. Mas valeu a pena reencontrar vários pontos da cidade, depois de dois anos que não fazia uma visita específica ao Rio. Passei doze horas na bela cidade, fazendo todo o longo trajeto a pé. Da Rodoviária, fui até a Praça Mauá, passando pela região portuária. Peguei uma chuva que me molhou todo. Fui à Central, passando pelas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, sempre tirando fotos e fazendo algumas tomadas de imagens em alguns pontos.

Como católico, estava pensando em assistir a uma missa, mas já havia desistido com o passar das horas de caminhadas... Até que fui inspirado por Deus a ir à Catedral Metropolitana, e, emocionem-se, cheguei no exato instante de me ajoelhar em respeito aos atos da Oração Eucarística. Agradeci a Jesus Cristo por estar ali, o louvei, me penitenciei interiormente, e não pude conter as lágrimas na comunhão, ao receber o meu Redentor dentro de mim. “Eu não sou digno, Senhor, mas obrigado!”... Cumprimentei os fiéis e turistas presentes, pedi e recebi a bênção dos padres, tirei fotos e fiz alguma filmagem. Os padres aspergiram água benta sobre nós. No folheto "A MISSA", as informações religiosas do dia: "Assunção de Nossa Senhora; Solenidade do 21º Domingo do Tempo Comum; Mês Vocacional; Dia dos Consagrados".
Empreendi nova caminhada pelas ruas históricas da antiga Capital do Brasil, indo à Praça Tiradentes, aos Arcos da Lapa, Catete, Largo do Machado, Glória, Flamengo, Botafogo, Lagoa Rodrigo de Freitas, Copacabana, Leme (passando pelo túnel deste bairro), Cinelândia, Centro... Em todos os pontos do Rio havia algum banner ou algo alusivo às Olimpíadas 2016.
O Rio incorporou mesmo o evento internacional. Nem mesmo pequenas dores na sola dos meus pés e os fortes ventos que começaram a atingir a cidade durante a tarde com frios respingos de chuva me impediram de continuar minha decidida caminhada por toda a cidade, até retornar à estação rodoviária, onde cheguei “ensopado” às 19h30min. Durante minhas pouco mais de doze horas na cidade me alimentei com bananada, amendoim, frutas e queijo.
Foi o suficiente para me energizar durante o passeio. Um fato que posso destacar é a emblemática Copacabana, onde cariocas e turistas se misturavam, circulando despretensiosamente em meio a ambulantes no longo Calçadão. E as ondas chegavam à praia estridentemente, dando o sinal de vida das águas. Neste bairro e noutras comunidades as feiras e os vários supermercados abertos estavam aninhados de gente, em busca do alimento para o dia na grande cidade.
Em algumas ruas, moradores expunham à venda nas calçadas produtos usados, como os antigos LPs (discos de vinil), fitas cassete, gravadores antigos, fotografias de pessoas famosas,
estatuetas, paus de macarrão, livros, ... Nos bares e lanchonetes, homens, mulheres e crianças. Uns bebiam, paqueravam, outros faziam lanche, almoçavam, batiam papo...
Muitos cidadãos caminhavam com seus cães.  Em alguns cantos de ruas e logradouros o problema social se escancarava, como ocorre em todo o país, com os chamados moradores de rua, maltrapilhos nutridos por álcool, drogas, subalimentados e em esmolação. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o metrô, além dos ônibus, serviam como alternativas de locomoção.
O Rio de Janeiro, a meu ver, continua lindo, apesar dos contrastes que persistem. É uma cidade diferente das outras. Nos traz uma sensação diferente de liberdade, multiplicidade de comportamentos, indiferença social, um quê de segredos que exala em seus edifícios mais modernos e também nos prédios e edificações históricas habitadas ou desabitadas. 

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