quinta-feira, 5 de junho de 2014

SEGURANÇA PÚBLICA - Senado marca sessão temática para debater segurança com secretários estaduais


FONTE: Agência Senado 
Da Redação
O Presidente do Senado, Renan Calheiros, marcou para o dia 15 de julho, às 11h, uma sessão temática no Plenário para ouvir os secretários de estado de Segurança Pública sobre medidas para aumentar o rigor nas leis de combate à criminalidade. Ele recebeu nesta quarta-feira (4) os secretários de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira; do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame; de Minas Gerais, Rômulo de Carvalho Ferraz; e do Espírito Santo, André de Albuquerque Garcia.
Os secretários entregaram ao presidente do Senado um documento com propostas para mudanças na legislação que permitam mais rigor na punição a criminosos, em especial os que praticam latrocínio (roubo seguido de morte). De acordo com Fernando Grella, 50% dos latrocínios em São Paulo estão vinculados ao roubo de carros e motocicletas.
No documento, os secretários sugerem que o roubo com lesões corporais graves, a receptação de produtos para serem aproveitados na indústria ou no comércio, o homicídio de agentes do Estado (juízes, promotores e policiais) e de menores de 14 anos e maiores de 60 sejam considerados crimes hediondos. Os condenados por crime hediondo devem cumprir a pena inicialmente em regime fechado e só podem mudar essa condição depois de ter passado 40% do tempo para os réus primários e 60% para os reincidentes. Para os crimes comuns, é permitido passar para o regime semi-aberto após o cumprimento de 16% da pena.
“A saída do acusado aumenta a sensação de impunidade na população. No Rio de Janeiro, em 2013, registramos 26 mil ingressos de criminosos e 24 mil saídas”, disse Beltrame a Renan Calheiros. Segundo Rômulo Ferraz, isso se agrava ainda mais quando "os cidadãos chegam ao ponto de linchar os criminosos", pois acreditam que a polícia não está fazendo o trabalho que lhe cabe. "A culpa é do sistema legal, não do Judiciário nem da polícia. Mas não podemos aceitar essa violência. O sujeito é preso e solto 10, 15 vezes e acaba linchado", disse Ferraz.
Ao todo, o documento entregue a Renan Calheiros tem 13 sugestões de mudanças da legislação e cinco administrativas. Os secretários querem que parlamentares apresentem projetos de leis incorporando as reivindicações. “Vamos fazer a sessão temática e sair de lá já com propostas efetivas sobre o que votar no Plenário. Até lá, vamos trabalhar nessas sugestões”, garantiu Renan Calheiros.
Participaram do encontro os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Wellington Dias (PT-PI) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o qual lembrou que o Plenário deve votar ainda esta semana uma mudança na natureza dos recursos especial e extraordinário, o que diminuiria as chances de criminosos perigosos ficarem soltos enquanto esperam que a instância superior se pronuncie. Os parlamentares também discutiram com os secretários mecanismos de financiamento para a segurança pública.
“Sei que nem todo mundo gosta. Mas precisamos trazer à discussão o mecanismo de vinculação temporária para investirmos na segurança pública. Essa questão da garantia de financiamento para combater a criminalidade é essencial”, defendeu o presidente do Senado. Uma sugestão dos secretários para reduzir custos é que as videoconferências se transformem em regra para os interrogatórios dos réus e também para ouvir testemunhas e peritos.
Outra solicitação é a de que o tempo máximo de internação no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) passe de 16% para 33% da pena. Os secretários ainda querem a instalação de sistema de bloqueio de celular em todas as novas unidades prisionais.
Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Nenhum comentário: