Estudo com estudantes mostra que frutas
sequer aparecem na lista dos 20 itens mais consumidos e que 56,6% fazem
refeição em frente à TV
Entre os 20 alimentos mais consumidos pelos adolescentes
brasileiros, os refrigerantes estão entre os seis primeiros, à frente das
hortaliças, e as frutas sequer aparecem na lista. Os dados são do Estudo de
Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) realizado pelo Ministério da
Saúde e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que aponta ainda
índice de 8,4% de obesidade entre meninos e meninas de 12 a 17 anos. O ministro
da Saúde, Ricardo Barros, assinou portaria que traz as
diretrizes para promoção da alimentação saudável nas unidades da pasta em todo
o país. A proposta é estender essas regras aos demais órgãos e entidades da
administração direta federal. O ministro também apresentará proposta para
mudança legislativa a ser aplicada às escolas públicas e privadas. “Precisamos
reduzir as causas e os danos por comportamentos de riscos, como sedentarismo e
uma alimentação rica em sódio e açúcar, que levam a doenças como obesidade e
hipertensão”, destacou. O ERICA reúne dados de cerca de 75 mil estudantes de 12 a 17 anos. São
alunos de 1.247 instituições públicas e privadas distribuídas em 124
municípios, todos eles com mais de 100 mil habitantes. O
estudo apontou que a dieta dos adolescentes brasileiros é caracterizada pelo
consumo de alimentos tradicionais, como arroz (82,0%) e feijão (68,0%), e
ingestão elevada de bebidas açucaradas (56,0%) e alimentos ultraprocessados,
como refrigerantes (45%), salgados fritos e assados (21,88%), e biscoitos doces
e salgados, sendo o refrigerante o sexto alimento mais referido (45,0%). Esse
padrão associa-se à elevada inadequação da ingestão de cálcio, vitaminas A e E
e ao consumo excessivo de ácidos graxos saturados, açúcar livre e sódio – mais
de 80% consomem sódio acima dos limites máximos recomendados (5 gramas por
dia). A prevalência do consumo de frutas foi baixa, e esse grupo de alimentos
ficou entre os 20 mais consumidos somente entre os meninos de 12 a 13 anos
(18,0%). O café (64,0%) ficou entre os cinco alimentos mais consumidos somente
na região Norte. O feijão foi o segundo alimento mais consumido nas regiões
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A região Sul apresentou a maior prevalência
de consumo de refrigerantes (51,0%). As hortaliças (54,0%) configuraram entre
os cinco alimentos mais consumidos somente na região Centro-Oeste. COMPORTAMENTO
ALIMENTAR – O Erica verificou, também, que 56,6% dos adolescentes fazem
refeições “sempre ou quase sempre” em frente à TV. Índice é mais elevado entre
alunos de escolas públicas. Maior tempo assistindo TV foi significativamente
associado ao menor consumo de frutas e verduras e maior consumo de proporções
de salgadinhos, doces e bebidas e elevado teor de açúcar. Com a mesma
frequência de comer assistindo televisão, 39% afirmaram consumir petiscos em
frete às telas. As meninas consumiram com maior frequência ‘sempre ou quase
sempre’ refeições e petiscos em frente às telas (TV, vídeo games e computadores). Em relação à prevalência, 73,5% dos adolescentes afirmaram
passar duas ou mais horas por dia em frente às telas. Hábito mais frequente
entre meninos, alunos de escolas particular e do Sul. O percentual de
adolescentes que “sempre ou quase sempre” assistem TV enquanto realizam as
principais refeições variou de 48%, no Norte, a 62%, no Centro-Oeste. Menos da
metade (48,5%) diz que “sempre ou quase sempre” toma café da manhã. E 21,9%
nunca tomam. Em relação a comer com a família, 68% informaram que “sempre ou
quase sempre” fazem refeição com os pais ou responsáveis. A realização de
refeições em família é um importante aspecto familiar que influencia a promoção
de comportamento alimentares saudáveis na adolescência e sua manutenção na fase
adulta. O ERICA identificou, ainda, que 48,2% dos adolescentes têm o hábito de
ingerir cinco ou mais copos de água por dia. PERFIL ADULTO – A Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL 2015) levantou
que 19% dos brasileiros têm o hábito de consumir refrigerante ou suco
artificial em cinco ou mais dias da semana. Quando avaliado o consumo de
feijão, 64,8% dos brasileiros comem o alimento quase todos os dias ou cinco ou
mais dias da semana. Em relação ao consumo de frutas e hortaliças regularmente,
37,6% da população adulta costumam se alimentar do produto cinco ou mais dias
da semana. Sendo 43,1% dentre as mulheres e 31,3% dentre os homens. Vale
destacar ainda os hábitos em consumir doces e carnes com excesso de gordura
(carne vermelha ou de frango com pele). Sobre o doce, 20,1% dos adultos
consomem em cinco ou mais dias da semana, sendo 22,1% em mulheres e 17,6% entre
os homens. Já o consumo de carnes com excesso de gordura estar presente em
31,1% dos adultos. A frequência está entre os homens 42,6%, comparado às
mulheres 21,4%. OBESIDADE E SOBREPESO- O Erica também apontou que 17,1% dos
adolescentes de 12 a 17 anos estão com sobrepeso. Já 8,4% dos jovens avaliados
estão obesos, sendo meninos com maior porcentagem 10,8% e meninas 7,6%. Em
relação aos adultos brasileiros, 18,9% são obesos. Em 2010, era 15%. Aumenta
com a idade, chegando a 32,2% nas mulheres com 55 a 64 anos. Foi verificado
ainda que 53,9% dos adultos estão acima do peso nas capitais brasileiras. É
maior entre homens (57,6%) que mulheres (50,8%). Confira aqui a apresentação completa (7/7/2016) Fonte: portalsaude.saude.gov.br
- Por Alexandre Penido, da Agência Saúde. Atendimento à imprensa: (61)
3315-3315 / 2898.
Lei obriga informação no rótulo sobre presença de lactose em alimento
Alimentos que contenham lactose deverão possuir essa informação no rótulo da embalagem. É o que determina a Lei 13.305/2016, sancionada sem vetos e publicada no Diário Oficial da União (5/7/2016). As indústrias têm o prazo de 180 dias a partir de agora para adotar a medida. O texto sancionado pela Presidência da República é o do Projeto de Lei do Senado (PLS) 260/2013, aprovado em decisão terminativa (final) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado em 8 de junho. O texto original do Senado que virou lei obriga, portanto, que os fornecedores informem no rótulo se o alimento contém lactose. O autor da proposta, senador Paulo Bauer (PSDB-SC), justificou a iniciativa citando resultados de diversos estudos que apontam a elevada ocorrência de intolerância à lactose no Brasil. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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