Hartung e Dilma debatem recuperação do Rio Doce em Brasília nesta terça
Nesta terça-feira (17/11/2015), o governador Paulo Hartung embarca
para Brasília onde terá uma reunião de trabalho com a presidente da República,
Dilma Rousseff. O encontro pretende avaliar as ações e medidas que estão em
andamento para amenizar os impactos da passagem da lama de dejetos que castiga
o Rio Doce após rompimento da barragem de Mariana (MG). Ainda durante o
encontro, também serão debatidas propostas para recuperação de todo ecossistema
do rio. A agenda será realizada às 17 horas, no Palácio do Planalto.
Além de Hartung e Dilma, estarão presentes no encontro o
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, os ministros de Meio Ambiente,
Izabella Teixeira; Casa Civil, Jaques Wagner; e Integração Nacional, Gilberto
Occhi. Também participam a presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marilene Ramos, o presidente da
Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu e o secretário Nacional de
Proteção e Defesa Civil, General Adriano Pereira Jr.
“Desde o anúncio do
rompimento da barragem, em Mariana (MG), estamos atuando de forma preventiva
orientando a população sobre os riscos e buscando alternativas para o
abastecimento de água nos municípios de Baixo Guandu e Colatina. Além destas
ações, que reitero, são muito importantes, é preciso termos uma visão de médio
e longo prazo para a necessidade de trabalharmos a estruturação de um plano
para recuperação do Rio Doce”, adianta o governador capixaba.
Fonte e informações à Imprensa Assessoria de Comunicação do Governo
do Estado Leonardo Nunes (27) 9.99445215
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Ministro visita Baixo
Guandu e Colatina com comitiva do Estado
Após uma reunião com o governador Paulo Hartung, na
Residência Oficial em Vila Velha, o ministro da Integração Nacional, Gilberto
Occhi, se encontrou com o prefeito de Colatina, Leonardo Deptuski, acompanhado
dos secretários de Estado do Desenvolvimento Urbano, João Coser; do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice; de Segurança Pública, André
Garcia; além do comandante militar do Leste, o general do Exército Fernando
Azevedo e Silva, e do comandante do Corpo de Bombeiros no Estado, coronel Carlos
Marcelo D’Isep Costa.
O encontro ocorreu no posto de comando da Defesa Civil
Estadual montado em Colatina para as ações de prevenção à chegada da lama de
rejeitos oriunda das barragens da Samarco que romperam na cidade de Mariana, em
Minas Gerais. Durante a reunião foram discutidas e traçadas ações para formas
alternativas que visam ao abastecimento das cidades que serão afetadas.
Representantes da mineradora também participaram da reunião.
O ministro recebeu informações atualizadas sobre cada medida
já adotada. Ele afirmou que todas as ações preventivas necessárias para
diminuir os impactos da chegada da lama em Baixo Guandu e Colatina estão sendo
tomadas. "Nosso trabalho aqui é buscar alternativas para o abastecimento
das cidades. As ações preventivas no Estado do Espírito Santo estão bem
encaminhadas." Segundo o ministro, ao voltar para Brasília, ele
participaria ainda nesta segunda-feira (16), de uma reunião com diversos
representantes de ministérios ligados às áreas relacionadas aos impactos causados
pela passagem da lama para tomada de novas medidas.
O secretário João Coser reforçou que a presença do Governo
do Estado nos municípios de Baixo Guandu, Colatina e Linhares tem por objetivo
garantir o abastecimento emergencial e a segurança da população. "Apesar
de todas as ações não temos cem por cento do abastecimento de Colatina
garantido. Por isso, continuamos cobrando empenho da Samarco no que diz
respeito à perfuração de poços artesianos e à construção das adutoras". Coser
agradeceu a solidariedade de vários segmentos, mas lembrou que os desafios são
enormes. "Por orientação do governador Paulo Hartung estamos trabalhando
para reunir esforços. Agradeço o empenho de todos, mas não podermos achar que
nossos problemas se resumem à captação de água e abastecimento. Eles são muito
maiores, os impactos ambientais ainda são incalculáveis", alertou.
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social,
André Garcia, participou da comitiva e garantiu que as forças policiais estão
de prontidão para qualquer eventualidade. “Conversei com os delegados de
Polícia Civil e comandantes de unidades da Polícia Militar em Baixo Guandu e
Colatina para garantir a tranquilidade da população num eventual problema de
desabastecimento de água potável em território capixaba. Não acredito que
tenhamos problemas de ordem civil. Além disso, contamos com o trabalho conjunto
do Corpo de Bombeiros, por meio da Defesa Civil Estadual, e Exército
Brasileiro, na logística de captação e distribuição de água mineral nas duas
cidades”, finalizou.
O prefeito de Colatina, Leonardo Depstuski, também agradeceu
a atuação do Governo do Estado e da União junto aos municípios que serão
atingidos pela onda de lama. "Agradeço ao ministro, ao Exército
Brasileiro, e ao Governo do Estado pela presença e atuação na busca de
soluções. É de grande importância fazer todo esse processo com segurança, levando
tranquilidade à população". Após a reunião em Colatina, ministro e
secretários estaduais fizeram um sobrevoo sobre o Rio Doce e desceram em Baixo
Guandu, onde também se reuniram com o prefeito Neto Barros.
Medidas
Prevendo a interrupção também em Colatina, estão em
andamento ações que visam o abastecimento por meio de carros-pipa, tanques de
armazenamento e distribuição de água, captação em lagoas da região, perfuração
de poços artesianos, construção de adutoras e doações de água potável e
mineral. Contudo, durante a reunião com o ministro Occhi foi ressaltado que
tais medidas podem não ser suficientes para garantir o abastecimento pleno da
cidade.
Intimada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (Iema), cujas exigências foram ainda destacadas pela ação cautelar
movida na última semana pelo Governo do Estado contra a Samarco, a mineradora
já deu início à perfuração do primeiro poço profundo, em local próximo à
Estação de Tratamento de Água (ETA) I, em Adélia Gilbert, onde mais dois
deverão ser escavados em Colatina. A
expectativa do ministro Occhi é de que até o final de semana todos os seis
poços já tenham sido perfurados, sendo que outros três restantes serão cavados
próximos à ETA II, em Nossa Senhora Aparecida. Cada poço leva cerca de cinco
dias para entrar em funcionamento.
Em função das
exigências do Estado, serão instalados no litoral do Espírito Santo 20
quilômetros de barreiras flutuantes para evitar que a lama chegue às áreas de proteção
ambiental.
Captação alternativa
Até o momento quatro locais foram cotados para captar água
em Colatina de forma alternativa. O Rio Pancas, que pode auxiliar o
abastecimento do lado norte; o Rio São João Grande, que poderá auxiliar no
abastecimento do Ifes Itapina e o Columbia (com tratamento na estação própria
no Ifes); e as lagoas do Batista e do Limão, com captação de água bruta por
meio de caminhões-pipas.
Carros-pipa: cerca de 50 carros-pipas estão na cidade de
Colatina para auxiliar no abastecimento tanto de água bruta (sem tratamento)
quanto de água tratada. Esse contingente consegue abastecer a rede com cerca de
16.600 mil m³ de água, o que vai garantir 30% de abastecimento. Hoje o Sanear
fornece na rede por volta de 34 mil m³, com a captação pelo Rio Doce.
Adutoras: está sendo finalizado o estudo técnico de
viabilização para construção de duas adutoras em Colatina. A primeira liga o
Rio Pancas à rede adutora do Polo Industrial, com uma extensão aproximada de
1,5km. A outra liga a lagoa do Limão até a rede de Maria Ortiz, com cerca de 12
km.
Depósitos: a empresa Fortlev informou que colocou à
disposição dos municípios expertise em armazenamento de água potável e não
potável. Inicialmente, 51 tanques serão instalados em 40 localidades do
município. Outras empresas como a Coca-Cola também se colocarão à disposição
para doar água potável.
Baixo Guandu
No município de Baixo
Guandu a alternativa encontrada foi a captação de água no Rio Guandu, que corta
a cidade, com a abertura do canal da antiga Usina Hidrelétrica Von Lutzow, no
Rio Guandu. O prefeito Neto Barros explicou que os trabalhos foram concluídos e
que a captação já foi iniciada. "Nesta segunda (16), paramos de captar
água no Rio Doce e transferimos toda captação para o Rio Guandu". Segundo
o prefeito, essa alternativa vai suprir a necessidade da população.
Linhares
Já no município de Linhares, a captação de água é feita no
Rio Pequeno. Com o rompimento da barragem em Minas Gerais, a Prefeitura decidiu
aumentar a barragem do manancial com o objetivo de impedir que água suja de
lama avance sobre o Rio Pequeno. A barragem tem cerca de 20 metros de largura e
2 de altura.
Samarco se manifesta
Na manhã desta segunda-feira (16), o diretor comercial da
Samarco, Roberto Carvalho, participou da reunião com o ministro da Integração
Gilberto Occhi, em Colatina. Segundo ele, a empresa montou uma base em Ubu,
Anchieta, e agora está com uma base em Vitória. “Temos vários profissionais em
Baixo Guandu, Colatina e Linhares preparando todas as ações necessárias. Em
Governador Valadares fizemos um tratamento da água, e os laudos das amostras
encaminhadas à Copasa deram que a água está perfeita para o consumo, tanto que
Valadares já voltou a alimentar a rede de abastecimento”. Segundo Roberto, a
empresa tem feito todo esforço para atender as ações emergenciais para a
população. “A próxima etapa será a reestruturação do rio que ainda está sendo
apurada, está sendo preparada”.
Exército
Cem homens do 38º Batalhão de Infantaria do Exército se
encontram em Colatina, sob o comando do coronel Edson Massayuki Hiroshi. O
objetivo é coordenar, junto à Defesa Civil Estadual, e distribuir água potável
para a população colatinense nos diversos bairros e servir de suporte à
população. Nesta segunda-feira (16), foram traçadas ações para o reconhecimento
da cidade e pontos estratégicos para montar a logística das atividades.
Comitê Gestor
Durante o encontro com a presença do ministro Occhi, em
Colatina, foi anunciado pelo secretário Rodrigo Júdice a primeira reunião do
Comitê de Gestão da Crise Ambiental do Rio Doce, sob coordenação da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). Ela está agendada para
esta terça-feira (17), às 9 horas, no auditório do Corpo de Bombeiros, em
Vitória.
“Está será uma reunião para a instalação do Comitê,
avaliação das ações já feitas e análise das próximas atividades. A preocupação
realmente é imensa e o trabalho que teremos que desenvolver ao longo dos anos
será intenso. O Governo do Estado tem um programa de reflorestamento, o
Programa Reflorestar, e terá que ser intensificado para recuperar a mata
ciliar”, afirmou o secretário Rodrigo Júdice.
O grupo foi criado por decreto pelo governador Paulo Hartung
no sábado (14). Seu objetivo é acompanhar as ações de socorro, assistência,
resposta e mitigação ao desastre, bem como para restabelecimento dos serviços
afetados, de recuperação dos ecossistemas e de reconstrução por conta da lama
de rejeitos. Este grupo deve ainda agir em cooperação com órgãos e entidades do
poder público municipal, estadual e federal.
Também compõem o Comitê: o secretário de Estado da
Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto; o comandante
geral do Corpo de Bombeiros Militar; Coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa;
Comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, Tenente Coronel Francisco José
Silva Gomes; a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Iema), Sueli Tonini; o diretor-presidente da Agência
Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Paulo Paim; e o procurador geral do
Estado, Rodrigo Rabello.
Fauna Aquática
Foi articulado um grupo com representantes do Governo do
Estado, ONGs e especialistas na área, chamado Arca de Noé, cujo objetivo é o
resgate de peixes no Rio Doce antes da chegada da onda de lama. As diretrizes
para a retirada são do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis
(Ibama), contando com auxílio do Iema no que for possível.
Serão retirados as espécies endêmicas, ou seja, que só
existem naquele local. Não serão tirados os exóticos, aqueles que não pertencem
à região, mas habitam o manancial. “Estamos montando uma verdadeira operação de
guerra, pois só no Rio Doce capixaba tem localidades com várias espécies
diferentes”, afirmou o professor e doutor em Engenharia Agrícola, Abrahão
Alexandre Alden.
O recolhimento está ocorrendo desde domingo (15). Os
recolhidos em Baixo Guandu e Colatina estão sendo levados para o Instituto de
Tecnologia (Ifes) de Itapina, onde há nove tanques para armazenamento após
triagem das espécies. Em Linhares há
coleta também na foz do Rio Doce, em Regência, para que sejam armazenados em Comboios
e na Fazenda Experimental do Incaper.
Fonte e informações à Imprensa: Assessoria de Comunicação Seama/Iema
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NOTA DO BLOG: Segundo as notícias mais recentes dos meios de
comunicação, a água com lama das barragens de Mariana já chegou ao estado do
Espirito Santo. Na cidade capixaba de Baixo Guandu, que fica na divisa com Minas
Gerais, os moradores já visualizaram ontem a diferença da água que corre pelo
leito do rio Doce – a mais clara está sendo tomada pela barrenta. A captação de
água para tratamento passou a ser feita no rio Guandu e não mais no rio Doce. Em Colatina, a nova previsão é de que a lama chegue nos próximos dias. Aliás, esta terça-feira amanheceu com uma chuva leve no território da "Princesa do Norte" do Espírito Santo, depois de longa estiagem.
Um comentário:
A presença de metal pesado vai trazer doenças e risco de mortes daqueles que usarão água do rio nos próximos anos. O mercúrio por ser um metal pesado está sedimentando com a lama no fundo do rio, com o passar do tempo esta lama começará a transportar estes resíduos de metais pesados, principalmente o mercúrio.O pior é que isto não é informado a população das cidades a beira do rio.Isto é um crime a mais que os responsáveis deverão futuramente responder na justiça, se o resultado deste desastre não acabar em pizza como é muito comum no Brasil.
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