As equipes do Núcleo de Operações de Transporte Aéreo
(Notaer) estão, desde o último sábado (07), auxiliando nas ações de mapeamento
dos possíveis locais de risco e também no monitoramento da chegada dos rejeitos
da lama da barragem da Samarco aos municípios capixabas de Baixo Guandu,
Colatina e Linhares. Neste período, trinta e seis capixabas foram orientados a
sair das margens do rio Doce, evitando, assim, a possibilidade de vítimas em
solo capixaba.
Os militares estão de prontidão em um posto de comando
montado próximo ao Estádio Justiniano de Mello e Silva, no município de
Colatina, apoiando as ações da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh);
Secretaria de Estado para Assuntos do Meio Ambiente e Recursos Hídricos(Seama);
Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano
(Sedurb); Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e
Pesca (Seag); e Defesa Civil Municipal e Estadual. Dentre as ações, estão os
sobrevoos, que já foram efetuados por toda a extensão do Rio Doce, de Baixo Guandu
até Regência, para monitorar e dar apoio à população. “Durante as ações,
abordamos pessoas que se encontravam nas regiões ribeirinhas para informar
dessa possível situação de perigo e alertar para que elas se afastem e se
previnam em relação a essa lama que está vindo pelo Rio Doce”, explicou o
Capitão Cristian Moreira.
O major Daniel Quintela declara que as equipes do Notaer
estão em alerta.” Se houver necessidade de resgate quando a lama chegar ao
Estado estaremos preparados com os nossos equipamentos de segurança, cesto e
rapel”.
Trabalhos nesta terça-feira (10)
Em conjunto com a Defesa Civil, a equipe já realizou três
sobrevoos nesta terça-feira (10) e a previsão é a realização de mais um
sobrevoo, para monitoramento de como está a chegada desta lama prevista, em
boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil às 13 horas, para entre o
dia 13 (sexta-feira) e o dia 14 (sábado) desta semana. As informações são
repassadas para o posto do comando da Defesa Civil em Colatina e para Vitória.
Os trabalhos da equipe começam cedo em Colatina, com um briefing da Defesa
Civil com as demandas mais urgentes e se desenvolvem no decorrer do dia,
visando minimizar os possíveis estragos desta lama. “O Núcleo de Operações e
Transporte Aéreo (Notaer), composto por pessoas da Polícia Militar, Polícia
Civil e Corpo de Bombeiros, ou seja, a máquina de segurança do Estado está
disponível e disponibilizada para atuar nessas ocasiões de catástrofes. O
Notaer está sempre à disposição para amparar a população capixaba, sendo um
braço do Governo nestas localidades que precisam do apoio governamental”,
finalizou o Capitão Cristian Moreira.
Em Minas
Uma equipe K9 de operações com cães do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo chegou, na última segunda-feira (09), ao município de Mariana/MG, e já começou o trabalho de buscas por desaparecidos na cidade mineira. A equipe é especializada neste tipo de operação e está atuando no reforço ao efetivo do Corpo de Bombeiros de Mariana, que conta no momento com dois cães. Segundo o tenente Felipe Mello, que comanda a equipe na cidade mineira, o trabalho é muito arriscado, pois a lama limita o deslocamento e está impedindo a detecção do odor das vítimas pelos cães. Os animais indicaram alguns pontos, mas ainda é muito difícil remover a lama para vasculhar o local indicado, finalizou o tenente.
Uma equipe K9 de operações com cães do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo chegou, na última segunda-feira (09), ao município de Mariana/MG, e já começou o trabalho de buscas por desaparecidos na cidade mineira. A equipe é especializada neste tipo de operação e está atuando no reforço ao efetivo do Corpo de Bombeiros de Mariana, que conta no momento com dois cães. Segundo o tenente Felipe Mello, que comanda a equipe na cidade mineira, o trabalho é muito arriscado, pois a lama limita o deslocamento e está impedindo a detecção do odor das vítimas pelos cães. Os animais indicaram alguns pontos, mas ainda é muito difícil remover a lama para vasculhar o local indicado, finalizou o tenente.
Em Vitória, o Corpo de Bombeiros contabilizou a doação de
mais de seis mil e duzentos litros de água mineral, que serão enviados para
Baixo Guandu e Colatina até o final desta semana, de acordo com o coordenador
da campanha, major Anderson Pimenta.
Quarenta e sete carros-pipa estão à disposição dos municípios, 39 em Colatina
e oito em Baixo Guandu.
Coletas
Na segunda-feira (09) e nesta terça-feira (10), foram
realizadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)
coletas de amostras chamadas "brancas", ou seja, em locais que não
foram afetadas pela onda de lama de rejeitos. A atividade está sendo realizada
pelo próprio Instituto, que possui contrato com um laboratório de análises. O
objetivo é produzir contra-análises.
Já as coletas realizadas pela empresa Samarco, que foi
intimada pelo Iema a realizar monitoramento tanto da água do Rio Doce quanto do
mar, também já começaram e estão sendo acompanhadas pela equipe de Fiscalização
do Iema.
O Instituto está também estão em diálogo com a Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes) para uma parceria que irá viabilizar a
realização de estudos e monitoramento da água do mar por meio do Governo do
Estado. Ainda com relação aos impactos na foz, o Iema emitiu autorização
ambiental para a Prefeitura de Linhares fazer a abertura da "boca da barra", na foz do manancial. A ação teve
início na segunda-feira (09), e vai servir para dar vazão a lama, considerando
também que o mar tem mais capacidade de diluí-la.
O que diz a intimação do Iema enviada à Samarco:
A determinação do Instituto é para que a empresa promova
todo o apoio necessário aos municípios e aos cidadãos capixabas que forem
atingidos pela onda de lama, com a realização de ações que minimizem os
impactos ambientais decorrentes da impossibilidade do tratamento de água nos
locais afetados pelos rejeitos, assim como pelo comprometimento de outros usos
que são feitos do Rio Doce como agricultura e a pesca.
Conforme a intimação do Iema, imediatamente, a Samarco deve
dar início às seguintes ações:
• distribuição de água potável para consumo humano e
dessedentação animal;
• monitoramento da qualidade da água do Rio Doce e também do
mar a ser atingido pela lama para verificar a presença de contaminantes e
identificá-los;
• disponibilizar aeronave para sobrevoo dos profissionais
envolvidos nas ações preventivas e de mitigação da onda de rejeitos;
• disponibilizar uma equipe multidisciplinar para monitorar
os impactos na fauna, flora, água e para as pessoas, emitindo laudos técnicos
para o Iema com informações que ajudem a minimizar os impactos, inclusive, com
avaliações de cenários futuros.
Após a passagem dos rejeitos, a empresa deve providenciar
também a limpeza de toda a área afetada pela lama, enquanto for verificada a
presença de poluente. O Iema determina que a empresa apresente um Plano de
Monitoramento da persistência dos poluentes nos meios atingidos em até 120
dias, assim como um Plano de Reparação Inicial dos danos no prazo de 30 dias.
Governador e ministro sobrevoam Rio Doce
Nesta terça-feira (10), antes de participarem da solenidade
de entrega de 1.004 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida
no município de São Mateus, Região Norte do Estado, o governador Paulo Hartung
e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, sobrevoaram o Rio Doce
para acompanhar os trabalhos que estão sendo realizados na região.
"Estamos monitorando os acontecimentos no Rio Doce com
toda nossa estrutura em alerta para auxiliar nas ações que forem necessárias.
No Espírito Santo, em diálogo constante com o Governo do Estado e profissionais
que estão trabalhando neste episódio", disse o ministro.
Secretário alerta pescadores sobre riscos da lama
Os cuidados no uso e consumo das águas do Rio Doce após a
passagem da lama de rejeito que atinge o rio foram discutidos em uma reunião
realizada, na manhã desta terça-feira (10), entre o secretário de Estado de
Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, e o prefeito de
Baixo Guandu, Neto Barros, com pescadores de Baixo Guandu e Aimorés (MG).
Os pescadores relataram suas preocupações quanto à qualidade
da água, o período que ficarão sem poder pescar e quem vai arcar com seus
prejuízos.
O prefeito Neto Barros destacou que o primeiro impacto da
onda de lama em Baixo Guandu será a paralisação da captação da água. "Não
se sabe a qualidade da água que está chegando.
Por onde a onda de lama está passando está causando muitos danos,
principalmente ambientais ,e isso afeta os que vivem da pesca do
rio". Barros colocou a Prefeitura à
disposição dos pescadores e pediu a união deles para tentar minimizar ao máximo
os prejuízos.
O secretário João Coser afirmou que o Governo do Espírito
Santo está trabalhando para minimizar ao máximo os impactos para a vida da
população. Mas ressaltou que os pescadores devem estar atentos aos riscos
relacionados ao consumo da água ou seu manuseio antes dos resultados das
análises laboratoriais. "Sabemos que vocês dependem do rio para
sobreviver, mas pedimos que tenham muito cuidado."
O secretário reforçou que o Governo do Estado não está
medindo esforços para dar a assistência que a população precisa neste momento.
"Estamos aqui com as esquipes da Defesa Civil Estadual, com técnicos do
Iema, além de secretários e o próprio governador Paulo Hartung, que já
sobrevoou a região e esteve ontem em Colatina, monitorando a chegada da
onda, e atuando para que ela passe deixando
o menor impacto possível.
João Coser representou o Governo do Estado na audiência
promovida pela comissão de representação da Assembleia Legislativa do Estado do
Espírito Santo (Ales), criada para avaliar os efeitos causados pelo rompimento
da barragem de rejeitos em Minas Gerais. A reunião aconteceu na Câmara de
vereadores de Colatina, na tarde desta terça-feira (10). Participaram da
audiência deputados estaduais, prefeitos, vereadores e membros da sociedade. O presidente da Ales, Theodorico Ferraço, afirmou que uma de
suas preocupações iniciais é com o abastecimento de água para a população.
"Queremos demonstrar à população que estamos junto de vocês. Estamos
atentos e de prontidão". Segundo o deputado Da Vitória, presidente da comissão, é
preciso discutir os impactos da lama nos municípios de Baixo Guandu, Colatina e
Linhares. "Esse é um tema prioritário neste momento".
Nenhum comentário:
Postar um comentário