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Após 13 dias de paralisação parcial, PMs voltam a patrulhar as ruas
Após 13 dias com parte
da categoria amotinada, policiais militares do Ceará começaram a voltar
ao trabalho na manhã desta segunda-feira (2/03/2020). O acordo que põe fim à paralisação
foi assinado esta manhã, no Ministério Público estadual, por
representantes dos órgãos públicos cearenses que integram a comissão
criada para negociar as reivindicações dos trabalhadores; representantes
federais e dos PMs.
Com o encerramento do movimento, o
Ministério da Defesa já estuda antecipar o fim da operação de Garantia
da Lei e da Ordem (GLO) que, provisoriamente, dá às Forças Armadas o
poder de atuar como uma força policial até que as forças públicas de
segurança locais tenham condições de reestabelecer a ordem.
Em nota divulgada esta manhã, o ministério
informou que a “retirada gradativa” do efetivo mobilizado pelas Forças
Armadas está sendo planejada. O fim da missão, contudo, depende da
avaliação do governo cearense, que deve informar ao comando da GLO em
quanto tempo as forças de segurança estadual estarão aptas a retomar
integralmente suas funções, garantindo a integridade da população e
normalizando o policiamento ostensivo, que é competência da Polícia
Militar.
Consultada pela Agência Brasil,
a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará informou que
as viaturas da Polícia Militar que estavam paradas estão voltando às
ruas, tanto na Capital quanto no Interior. Parte destes veículos estavam
parados no pátio porque policiais militares ou suas esposas furaram ou
esvaziaram os pneus durante os protestos por melhores salários e
condições de trabalho. “Uma força-tarefa foi montada para garantir que
estes veículos estejam em pleno funcionamento o mais breve possível”,
garante a secretaria.
A GLO foi decretada no último dia 20.
Inicialmente, vigoraria até o último 28, mas como parte dos policiais
militares continuavam parados, pressionando o governo cearense a atender
às reivindicações da categoria, o presidente Jair Bolsonaro prorrogou a
operação por mais sete dias, ou seja, até a próxima sexta-feira (6/03/2020) –
prazo final que pode ser revisto em função do acordo assinado esta
manhã.
Ainda hoje, o coordenador da GLO no Ceará,
general Fernando José Soares da Cunha Mattos, e outros oficiais
responsáveis pela operação devem participar de uma videoconferência com
representantes do Ministério da Defesa em Brasília. A conversa servirá
para que sejam decididos os próximos passos da operação militar e a
eventual desmobilização gradual do efetivo das Forças Armadas.
Ministro da Justiça
No domingo (1º/03/2020), o ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, usou sua conta no Twitter para
manifestar sua satisfação com as primeiras notícias sobre o acordo para
pôr fim ao movimento dos policiais miliares – ao qual Moro se referiu
como a uma greve, embora a Constituição Federal os proíba de fazer
greves, razão pela qual movimentos desta natureza são, legalmente,
tratados como motins, passíveis de punição.
“Recebo com satisfação a notícia sobre o fim
da greve dos policiais no Ceará. O governo federal esteve presente,
desde o início, e fez tudo o que era possível dentro dos limites legais e
do respeito à autonomia do Estado. Prevaleceu o bom senso, sem
radicalismos. Parabéns a todos”, escreveu Moro.
Para convencer os policiais militares a
desocuparem as unidades miliares ainda ocupadas, como o 18º Batalhão, e
retornarem ao trabalho, a Comissão Especial que contou com
representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Ceará
propuseram uma série de medidas e garantias, como a de que os policiais
amotinados não sofrerão sanções sem ter direito a um processo legal,
durante o qual receberão o apoio de instituições como o Ministério
Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Defensoria Pública.
Além disso, o governo estadual se comprometeu a não transferir nenhum
policial pelos próximos 60 dias e a rever os processos disciplinares já
instaurados. O governo cearense também promete investir na melhoria
salarial.
Mortes
Até o último dia 25, quando a secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social parou de divulgar o número de mortes
violentas registradas dia a dia, ao menos 175 pessoas tinham sido
assassinadas entre 18 e 25 de fevereiro, em todo o estado – com a maior
quantidade de ocorrências concentradas às vésperas da chegada dos
militares mobilizados com a GLO e dos agentes da Força Nacional de
Segurança Pública, deslocada pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública.
Na terça-feira (18/02/2020), dia em que parte dos
militares começaram a protestar, foram registrados cinco assassinatos –
dois a mais que na véspera. Já na quarta-feira (19), o número de
ocorrências saltou para 29. Na quinta-feira (20) foram 22 registros. Na
sexta-feira (21), houve o maior número de vítimas: 37. A partir daí, as
ocorrências passaram a cair: no sábado (22) foram 34; no domingo (23),
25, e, na segunda-feira (24), 23 .
Edição: Valéria Aguiar. Publicado em 02/03/2020 - 14:49.
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Fonte: Agência Brasil
POSTADO POR: REPÓRTER, RADIALISTA E BLOGUEIRO PAULO MACIEL, DE
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