Duas
vitórias com quatro gols cada. Foi assim que os indígenas da etnia Xerente
garantiram a participação do Tocantins na final do torneio de futebol dos Jogos
Mundiais dos Povos Indígenas. As semifinais aconteceram na manhã desta quinta (29/10/2015).
Além de representar o Tocantins, os Xerente serão o Brasil em campo, já que as
finais serão diante de etnias estrangeiras: homens enfrentam a Bolívia e as
mulheres enfrentam o Canadá. Os jogos das finais serão nesta sexta-feira (30),
a partir das 19h30, no estádio Nilton Santos e são abertos ao público. A classificação das mulheres veio após um
jogo bem disputado. Jogando com as Tapirapé, as Xerente saíram atrás no placar,
viraram pra 2 a 1, viram as adversárias empatarem, mas depois fizeram mais dois
gols e garantiram a vaga: 4 a 2. Na outra partida do feminino o Canadá venceu
as Guarani Kaiowa também por 4 a 2 e garantiu a vaga. No masculino, os Xerente
venceram os também tocantinenses da etnia Karajá. O placar de 4 a 0 colocou o
time na final e emocionou a equipe. O capitão, Leonardo Xerente, destacou o trabalho
realizado pelos atletas. 'Viemos treinando forte, fazendo um trabalho desde
antes, e evoluindo a cada jogo. O mais importante é que tivemos humildade. A
pressão de jogar perto de casa foi grande, mas agora queremos aproveitar isso
para convidar a torcida para torcer na final. Acho que vamos ter muitos
torcedores', afirmou. O outro jogo da semifinal masculina foi entre Bolívia e
Paraguai, o mais disputado da manhã. Faltando poucos minutos para o final, os
bolivianos sofreram pênalti, converteram, e eliminaram os até então favoritos
paraguaios. O torneio de futebol dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas é uma
realização do ITC (Comitê Intertribal Ciência e Memória Indígena), em parceria
com a Fundação Municipal de Esportes e Lazer. Ao todo 60 equipes, entre masculino
e feminino, participam da competição.
Geração de
renda
Além de ser
uma oportunidade para conhecer mais da cultura e tradições dos povos indígenas,
para várias pessoas a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
também significa uma valiosa ocasião para geração de renda com a
comercialização de produtos. A comerciante Irene Lopes se diz satisfeita com a
oportunidade. “O movimento está muito bom, temos vendido bem e esperamos
continuar dessa forma até o fim do evento”, pontuou. Com espaço na praça de
alimentação, o empresário Rodrigo Sandei também considerou positiva a
participação no evento. Além dos alimentos, o produto mais vendido durante o
evento é o artesanato indígena. De acordo com Nelson Tikuna, do Pará, os
produtos têm agradado os visitantes. “O que mais chama a atenção são os apitos
com sons de pássaros como canário e animais como macacos, capivara”, afirmou. A
indígena Anita Kayapó afirma contente que tem feito de 30 a 40 pinturas
diariamente. “As pessoas gostam, querem pintar o corpo”. Questionada sobre a
simbologia dos desenhos, Anita destaca que são representações de animais e
pinturas de festa. Com mais de 40 estandes, a Feira Mundial de Artesanato
Indígena também contabiliza números positivos. Segundo o Sebrae Tocantins, nos
dias 24 e 25 de outubro, visitaram o local 61.424 pessoas e no mesmo período
foi comercializado um montante de R$ 164.746,00. Para o prefeito de Palmas,
Carlos Amastha, o momento é de comemorar. “Palmas está nos holofotes do mundo,
temos muitos visitantes na cidade e, além de todo o legado material e imaterial
dos jogos ainda devemos ressaltar esse aquecimento super positivo na nossa
economia”, afirmou.
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