sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Padre Antônio Luiz Pandolfi, nascido em Ibiraçu e morador do mundo, passando por João Neiva, Vitória, Colatina, Baixo Guandu, Marilândia, Cariacica...


A peregrinação da imagem de Nossa Senhora da Penha pela cidade de João Neiva, interior do Espírito Santo, foi decisiva na vida do jovem Antônio Luiz Pandolfi. Era 1988, Ano Mariano, e, certamente, Nossa Senhora da Penha, ao deixar seu Convento, em Vila Velha, sabia que tinha a missão de cativar mais um coração para o sacerdócio da Igreja.
Missão cumprida. Nesse mesmo dia, Antônio procurou o então bispo auxiliar de Vitória, dom Geraldo Lyrio Rocha, que acolheu seu pedido com entusiasmo. Os dois anos seguintes foram, então, de encontros vocacionais e ingresso no seminário.
Não foi fácil para a família entender o desejo do filho mais velho, que já trabalhava há alguns anos como técnico em mecânica. A decisão dividiu sentimentos: de um lado, a alegria de uma família de tradição católica; do outro, uma família unida com medo da separação.
Antônio Luiz nasceu em Alto Bérgamo, distrito que hoje pertence a Ibiraçu. Viveu por lá até os sete anos, quando a família se mudou para João Neiva, cidade vizinha. Fez curso de mecânica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e estágio na multinacional Vale. Aos 16 anos, já trabalhava na oficina da Vale, em João Neiva. Parte do tempo, dedicava também ao grupo de jovens da paróquia, à liturgia e à preparação para a Crisma.
Costumava acompanhar de longe o trabalho do padre, observando sua atuação e o anseio da comunidade por sua presença constante. “Via que a Igreja precisada de mais vocações e pensei que sendo também eu um padre, poderia contribuir para um mundo melhor e uma igreja mais acolhedora e aberta”, revelou. Padre Antônio contou ainda que foi para o seminário com muitas dúvidas. “Pensava que aquilo era muito para mim, me acha pequeno, mas prossegui”, concluiu.
Seminarista e padre
Nos primeiros anos, ele tentou conciliar os estudos de filosofia com o trabalho em uma secretaria paroquial de Vitória. Ainda no curso de filosofia, fez estágio pastoral na Paróquia São Pedro, na Praia do Suá, em Vitória, e na Paróquia Virgem Maria, em Itacibá, Cariacica. Durante o curso de teologia, ele já atuava na Diocese de Colatina, cumprindo estágio na Paróquia São Pedro, de Baixo Guandu, e Imaculada Conceição, de Coqueiral, Aracruz. A ordenação diaconal foi na Catedral de Colatina. Foi ordenado padre no dia 20 de junho de 1998, em Baixo Guandu, onde trabalhou como seminarista por três anos e exerceu seu ministério diaconal.
Seu primeiro trabalho como padre foi ao lado do monsenhor Rubens Duque, como vigário paroquial da Catedral de Colatina. No ano seguinte, assumiu a Paróquia Nossa Senhora da Glória, de Vila Lenira, Colatina. Após cinco anos de trabalho, foi transferido para a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, de Marilândia, onde permaneceu por mais meia década. Este ano, ele chegou à Paróquia Santíssima Trindade, de Linhares.
Depois de passar por três paróquias diferentes, padre Antônio é capaz de traçar um paralelo entre elas. “Vila Lenira preserva a tradição familiar, Marilândia conserva a religiosidade popular, de pertença à Igreja, e Linhares é plural, diversificada em termos de valores e culturas”, analisa.
Para ele, que até então trabalhara em paróquias menores, está sendo um grande desafio lidar com um universo de 40 mil pessoas, que é a população aproximada da paróquia, cuja sede fica no bairro Novo Horizonte. “É uma paróquia de missão, onde você encontra também uma realidade de pobreza e violência. É o lado da cidade de Linhares que mais cresce. É gente chegando, saindo e construindo. Como atender a todos?”, questiona o pároco. A resposta, ele mesmo já encontrou: “É preciso conhecer a realidade local e acolher bem o povo. Insisto também no aspecto missionário: temos que estar mais próximo das pessoas, ir ao encontro delas”, afirma padre Antônio, que já pode sentir a força de sua nova paróquia. “É um povo que arregaça as mangas. Quanto à pluralidade, nunca tive dificuldade em trabalhar com esse aspecto na Igreja. Tudo o que é para o crescimento e a evangelização tem meu apoio. Se a Igreja se fecha, perde”, conclui.
Entre as várias ações impulsionadas pelo padre, ele destaca a própria celebração da eucaristia, o sentido dos ministérios, o atendimento às comunidades e às pastorais, além das missas do dia 21 do mês, na igreja matriz, sempre dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, padroeira da Diocese. “A imagem peregrina pelas comunidades, permanecendo um tempo em cada uma delas, sendo levada em carreata para a matriz, após determinado período”, explica.
Padre Antônio também nutre atenção especial para com a juventude e a família. “Sempre incentivo a participação dos jovens para que eles ocupem seu lugar na Igreja e se sintam realmente parte dela. Em relação à família, o trabalho é na recuperação de valores. É preciso mostrar a importância dessa instituição no seio da Igreja e da sociedade”, avalia.
Liturgia
Padre Antônio, que é especialista em Liturgia, também se orgulha de ter integrado, por 10 anos, a equipe de O Dia do Senhor, responsável pela elaboração do folheto litúrgico diocesano. “O sentido do ministério está na liturgia”, explica. A fala mansa e o jeito acolhedor e carinhoso encorajam a aproximação dos fiéis. E esse é justamente o seu maior objetivo. “Ser padre é ser pai, irmão, pastor, companheiro, amigo, acolhendo e dando espaço a todos”, define.
Curtas, por padre Antônio
Uma comida?
Pe. Antônio: salada e churrasco
Um Lugar?
Pe. Antônio: a natureza
Um livro?
Pe. Antônio: “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”, de Mark Baker
Pessoa?
Pe. Antônio: minha família
Time de futebol?
Pe. Antônio: Vasco da Gama
(Inserida por Paulo Roberto Maciel. Fonte: Diocese de Colatina)

Nenhum comentário: