segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Diário de Viagem 2009 (Colatina-Rio) – Última Parte

Paulo Maciel fazendo pose no Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro/RJ



Repórter Paulo Maciel

No domingo vamos ao barzinho da esquina, "o barzinho dos amigos", gente da casa. É quando dá pra observar melhor as comunidades de uma forma mais ampla. O Complexo do Alemão e o bairro de Ramos estão sendo urbanizados com muitas obras. Localizo, então, uma vistosa placa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Alguns imóveis já estão marcados com um “xis” , um número ou coisa parecida, dando a entender que serão removidos para dar lugar a uma praça, uma rua ou local de aprendizagem e lazer. As obras estão ocorrendo de forma "lenta, gradual e progressiva" (conceito meu). Na manhã dominical há muito movimento na feira de hortifrutigranjeiros e num ônibus-"sacolão", além dos supermercados que funcionam a todo o vapor. Há ainda bares cheios de gente, frango assado em galeteiras e até mesmo em churrasqueiras ao ar livre. Tudo funcionando freneticamente. O povo corre... Se diverte...Compra... Vende nas ruas... O bêbado enche o saco... O viciado vai à máquina caça-níquel (em alguns pontos funciona normalmente) e ganha, perde, ganha, perde, perde, perde.... O jornal popular de R$ 0,50 é o Expresso (da Informação), pertencente às Organizações Globo, mas O Dia tem grande penetração junto ao povo. Mictório – isso em todo o Rio, como também em grande parte das cidades do país – é difícil de encontrar. Na hora de aliviar a bexiga, o negócio é mictar em qualquer canto mais discreto. Situação mais confortável ocorre se a pessoa estiver num estabelecimento que tenha banheiro disponível.
Peço para ir à praia. A mais próxima é o Piscinão de Ramos. Mas é fim do outono e proximidade do inverno. Ir lá pra quê? Não vai ter ninguém...É!!! Mas estou de férias nessa época – O que vou fazer? - e tenho que aproveitar. Então rumamos para o Piscinão. Trata-se de um piscinão mesmo, só que com areia ao redor como se fosse praia e tem até um aparelho para o tratamento da água (pelo menos é o que me foi informado por um morador). Tem ainda quadra esportiva com grama sintética, parquinho para crianças, barracas, guarda-vidas, barzinhos, e, como previsto, poucos banhistas. Mas, pra quem está à-toa, de férias, vadiando, dá pra curtir, ver gente diferente, de todos os perfis, conversar com novas pessoas, algumas que até olham para você de forma "diferente" (não quer dizer que todas estejam desconfiadas, mas apenas porque percebem que você não é daquela "tribo"). Depois de algum tempo, de tomar umas cervejas, umas porções, voltamos para casa... De Kombi-lotação. Na verdade, este é o meio de transporte mais comum que vi na Zona Norte do Rio. Tem muita oferta dessas peruas, ao contrário dos ônibus, que me parecem escassos. Antes de chegar em casa, vamos de novo ao barzinho da esquina. E aí vem de novo cerveja, tira-gosto, porções, máquina de jogo (caça-níqueis), bate-papo, conversa sobre futebol, mulher, até dar a hora do almoço, que, no domingo, é mais tarde.
No outro dia é hora de terminar a estada no Rio, ir para o Terminal Rodoviário e retornar para minha terra. Afinal, o dinheiro está acabando, minguando... E como a grana acaba rapidinho quando se faz turismo!!! Adquiri a passagem na bilheteria da Rodoviária Novo Rio, durante a noite, com destino a Vila Velha/ES, mas é preciso esperar por duas horas para embarcar. 22 horas é o único horário mais próximo disponível.
A viagem, apesar do desconforto para dormir nessas poltronas de ônibus, é até rápida, considerando que consegui cochilar um bom bocado da viagem. Aliás, em Vila Velha já tem agora um terminal próprio para ônibus interestaduais, como os da Viação Águia Branca. Com isso, salta-se perto da Praia de Itaparica. Ao chegar,então, fui a pé para a casa de minha irmã Adair, no Centro de Vila Velha. Em seguida visitei a família de meu primo mais velho, Tivinho, na Glória. Fui também ao Supermercado Epa, onde encontrei o peixe salmão por cerca de R$ 10,00 o quilo. Depois de cumprir uma agenda em Vila Velha e Vitória, retornei para Colatina. Finalmente de volta para casa mesmo. Minha casa. É uma sensação também muito boa ver de novo minha cidade depois de uma semana andando como louco por várias cidades do país.

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