Em sua 226ª reunião, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 5,00% a.a.
A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:
Indicadores
de atividade econômica divulgados desde a reunião anterior do Copom
reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia
brasileira. O cenário do Copom supõe que essa recuperação ocorrerá em
ritmo gradual;
No cenário externo, a
provisão de estímulos monetários adicionais nas principais economias, em
contexto de desaceleração econômica e de inflação abaixo das metas, tem
sido capaz de produzir ambiente relativamente favorável para economias
emergentes. Entretanto, o cenário segue incerto e os riscos associados a
uma desaceleração mais intensa da economia global permanecem;
O
Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente encontram-se
em níveis confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo
econômico e à política monetária;
As
expectativas de inflação para 2019, 2020, 2021 e 2022 apuradas pela
pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,3%, 3,6%, 3,75% e 3,5%,
respectivamente;
No cenário com
trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus,
as projeções do Copom situam-se em torno de 3,4% para 2019, 3,6% para
2020 e 3,5% para 2021. Esse cenário supõe trajetória de juros que
encerra 2019 em 4,50% a.a., permanece nesse patamar ao longo de 2020 e
se eleva até 6,38% a.a. em 2021. Também supõe trajetória para a taxa de
câmbio que termina 2019 em R$ 4,00/US$, permanece nesse patamar ao longo
de 2020 e encerra 2021 a R$3,95/US$; e
No
cenário híbrido com taxa de câmbio constante a R$4,05/US$* e trajetória
de juros da pesquisa Focus, projeta-se inflação em torno de 3,4% para
2019, 3,7% para 2020 e 3,6% para 2021.
O
Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem
fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a combinação (i) do
nível de ociosidade elevado e (ii) da potencial propagação da inflação
corrente, por mecanismos inerciais, pode continuar produzindo trajetória
prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (iii) o atual grau de
estímulo monetário, que atua com defasagens sobre a economia, aumenta a
incerteza sobre os canais de transmissão e pode elevar a trajetória da
inflação no horizonte relevante para a política monetária. O risco (iii)
se intensifica no caso de (iv) deterioração do cenário externo para
economias emergentes ou (v) eventual frustração em relação à
continuidade das reformas e à perseverança nos ajustes necessários na
economia brasileira.
Considerando o
cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações
disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa
básica de juros para 5,00% a.a. O Comitê entende que essa decisão
reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação
prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no
horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o
ano-calendário de 2020 e, em grau menor, o de 2021.
O
Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária
estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
O
Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na
economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse
processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de
juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O Comitê
ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas
afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.
Na
avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos
prescreve ajuste no grau de estímulo monetário, com redução da taxa
Selic em 0,50 ponto percentual. O Comitê avalia que a consolidação do
cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste
adicional, de igual magnitude. O Copom entende que o atual estágio do
ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de
estímulo. O Comitê reitera que a comunicação dessa avaliação não
restringe suas próximas decisões e enfatiza que os próximos passos da
política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade
econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de
inflação.
Votaram por essa decisão os
seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (Presidente),
Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fernanda Feitosa
Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio
Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.
*Valor
obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de
câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira
anterior à reunião do Copom.
POSTADO POR: repórter, radialista e blogueiro Paulo Maciel, de Colatina/ES, na REDE SOCIAL www.facebook.com/paulomacieldaradio e BLOG reporterpaulomaciel.blogspot.com (30/10/2019)
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