Texto e
fotos reproduzidas da TV: Paulo R. Maciel
É triste a
gente ver comida desperdiçada no Brasil. É o que acontece, por exemplo, com
produtos agrícolas que não conseguem condições de escoamento ou preços justos
para cobrir os custos. Em Colatina, há muito tempo observo o desperdício da
polpa de coco verde, que poderia ser utilizada para o fabrico de sorvetes,
picolés, manjares, tapioca... A polpa é inutilizada pelo simples fato de não
haver um meio sanitário eficaz de aproveitá-la, após a retirada da água do
fruto para comercialização em feiras e em carrinhos de ambulantes. Pouquíssimas
pessoas requisitam a polpa para degusta-la, e, com isso, vai tudo pro lixo
mesmo. Vemos agora também que produtores de tomates capixabas estão se
desafazendo do produto em suas lavouras, por causa do baixo valor do produto no
mercado. Como está havendo uma grande safra, o preço caiu justamente por causa da
lei da oferta, que está bastante superior à da procura. Com isso, muitos
tomaticultores alegam que o custo chega a R$ 23,00 e o valor pago pelas
centrais de compras é R$ 7,00. Em razão disso, alguns produtores, estão jogando
fora toneladas de tomate, como ocorre em Venda Nova do Imigrante/ES. É triste
ver essa grande quantidade de alimento no lixo, quando, tempos atrás, seu preço
estava inacessível para grande parte da população. Não deveria haver uma
estrutura montada pelo sistema governamental para aproveitar esse excesso de
produção, ou mesmo dar condições às indústrias de aproveitá-lo para massa de
tomate, molho de tomate, polpa, "ketchup"? Coisas de
Brasil, um país que tem tudo para ser de Primeiro Mundo, mas só engatinha,
engatinha, e não consegue andar, não consegue sair do chão.
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