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São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em SP e no Rio
A Operação Placebo,
deflagrada nesta terça-feira (26/05/2020) pela Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, vai
aprofundar as investigações para apurar a existência de um esquema de
corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação
de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de
saúde do estado. De acordo com a PF, os elementos de prova obtidos
durante as apurações foram compartilhados com a Procuradoria-Geral da
República (PGR), dentro da investigação que ocorre no Superior Tribunal
de Justiça (STJ). Os trabalhos começaram com a Polícia Civil, o
Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal (MPF).
No início da manhã, policiais federais chegaram ao Palácio Laranjeiras,
residência oficial do governador do Rio, Wilson Witzel, na zona sul da
cidade. Segundo a PF, a Operação Placebo apura “indícios de desvios de
recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de
saúde pública de importância internacional, decorrente do novo
coronavírus no estado".
Em nota, o governador afirmou que não há
nenhuma participação ou autoria dele em qualquer tipo de irregularidade
nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo MPF. “Estou à
disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o
desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se
apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito
menos o estado do Rio de Janeiro.”
Na nota, Witzel disse ainda estranhar
declarações de parlamentares da base aliada ao governo sobre operações
da PF. “Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente
claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais,
nos últimos dias, uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o
que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma
narrativa que jamais se confirmará”, afirmou.
Questionado mais cedo sobre a operação, o
presidente Jair Bolsonaro disse que tomou conhecimento dos fatos pela
imprensa. "Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal",
disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.
Em nota, a Federação Nacional dos Policiais
Federais (Fenapef) destacas que as buscas nos palácios das Laranjeiras e
da Guanabara tiveram autorização do STJ. "A Fenapef apoia todo e
qualquer esforço para apurar e combater a corrupção. Mesmo em tempos de
pandemia, os policiais federais seguem fazendo seu trabalho de
investigação. A lisura das investigações e o sigilo das operações devem
ser preservados em qualquer circunstância."
Mandados de busca e apreensão
Ao todo, a Operação Placebo, inclui 12
mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os
mandados foram expedidos pelo STJ. Além dos policiais federais que foram
ao Palácio Laranjeiras, equipes da PF se dirigiram ao prédio onde mora o
ex-secretário de Saúde Edmar Santos, em Botafogo, na zona sul.
Foram também ao edifício, no Leblon, do
ex-subsecretário executivo da Secretaria de Estado de Saúde Gabriel
Neves, que foi afastado do cargo e depois exonerado quando começaram as
denúncias de aplicação indevida dos recursos na construção e aquisição
de equipamentos dos hospitais de campanha. O subsecretário foi preso no
dia 7, em operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate à
Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio, suspeito de obter
vantagem na compra de respiradores para os hospitais de campanha. Edmar
Santos foi exonerado no dia 8, mas em seguida foi nomeado pelo
governador para o novo cargo de secretário extraordinário de
Acompanhamento de Ações Governamentais Integradas da Covid-19.
O governo do estado chegou a empenhar R$ 1
bilhão, montante que seria aplicado em contratos emergenciais sem
licitação para o combate à covid-19, a maior parte para os hospitais de
campanha. Sete unidades estão sendo construídas pelo Instituto de
Atenção Básica e Atenção à Saúde (Iabas), organização social também
investigada nas denúncias. Apesar de parte dos recursos já ter sido
liberada pelo governo estadual, as unidades ainda estão atrasadas. O
prazo de entrega era 30 de abril, mas o cronograma já foi atualizado
diversas vezes. Estão funcionando atualmente as unidades do Leblon e do
Parque dos Atletas, construídas e geridas pela Rede D’Or, e a do
Maracanã, também coordenada pelo Iabas.
* Texto ampliado às 12h42 para inclusão de posicionamento da Fenapef
Edição: Graça Adjuto/Juliana Andrade. Publicado em 26/05/2020 - 11:58.
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
Fonte: Agência Brasil
POSTADO (com pequena adaptação) POR: repórter, radialista e blogueiro
Paulo Maciel, de Colatina/ES, nos endereços da web: paulo roberto maciel (CANAL
DO YOUTUBE), reporterpaulomaciel.blogspot.com (BLOG) E
www.facebook.com/paulomacieldaradio (REDE SOCIAL). (26/05/2020)
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