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Pesquisadores afirmam que não há como revisar os dados utilizados
Após afirmar em artigo
médico-científico que o uso da hidroxicloroquina não é eficaz e pode
causar riscos cardíacos para pacientes, a revista médica The Lancet -
uma das mais antigas publicações da área, em circulação desde 1823 - foi
questionada publicamente pela metodologia e pelo viés nos resultados da
pesquisa.
Em carta aberta ao público, 120 cientistas
médicos, pesquisadores e estatísticos de várias partes do mundo, em
especial Itália, França, Espanha e Estados Unidos, de várias
instituições médicas de renome, como a Harvard Medical School, o
Imperial College London, Universidade Médica da Pensilvânia,
Universidade Duke, entre outras, afirmaram que não há como revisar os
dados utilizados, já que os nomes dos pacientes e os hospitais onde
foram registrados os números não estão disponíveis para consulta. Os
especialistas apontaram, ainda, uma falta de “revisão ética” na
publicação.“É por interesse na transparência [das informações] que
solicitamos que a publicação The Lancet torne aberta a pesquisa aos
comentários dos pares que fizeram a revisão desse estudo”, afirma o
documento.
Em uma rede social, o professor de
infectologia da Universidade australiana de Monash Allen Cheng - que
assina a carta aberta à revista - afirma que, apesar de haver óbitos de
cidadãos australianos medicados com cloroquina no estudo, os números não
batem com a realidade documentada pelo país, o que levanta suspeita
sobre a base de dados utilizada para validar o levantamento.
A large group of us have expressed concern about The Lancet HCQ/CQ study (10.1016/S0140-6736(20)31180-6). @TheLancet https://zenodo.org/record/3862789#.XtA-b2gzZaT …
O artigo publicado pelo jornal médico levou a OMS a suspender as pesquisas com a hidroxicloroquina como possível medicamento contra a covid-19.
Críticas ao estudo
Entre os argumentos citados na carta, a
forma como os dados foram obtidos foi a maior razão de críticas dos
autores. O instituto responsável pela filtragem das informações dos
pacientes clínicos é a empresa Surgisphere - uma companhia de mineração
de dados médicos que não revela as fontes de onde as informações são
colhidas. Os autores, que endereçaram o documento ao editor-chefe da
revista, o médico britânico Richard Horton, pediram ainda que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) valide de forma independente os
estudos sobre a cloroquina, a hidroxicloroquina e os protocolos
antirretrovirais ainda em estudo em diversas partes do mundo.
O levantamento
Segundo o estudo
publicado pela The Lancet, quatro cardiologistas avaliaram dados de 671
hospitais distribuídos por diversos continentes. Cerca de 96 mil
pessoas fizeram parte do levantamento, sendo que 15% - 14.888 pacientes -
foram medicados com 4 combinações diferentes de medicamentos, mas
nenhum com o mesmo protocolo adotado no Brasil, que envolve também
azitromicina e zinco.
Edição: Narjara Carvalho. Publicado em 29/05/2020 - 16:59.
Por Pedro Ivo de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Fonte: Agência Brasil
POSTADO (com pequena adaptação) POR: repórter, radialista e blogueiro
Paulo Maciel, de Colatina/ES, nos endereços da web: paulo roberto maciel (CANAL
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