REFLEXÃO da Liturgia Católica de Domingo, 5/5/2024 (VI Semana da Páscoa)
- PESQ. POR repórter/radialista Paulo Maciel. PARA @paulorobertomacielmaciel7919 - @paulorobertomaciel6/ - reporterpaulomaciel.blogspot.com - Paulo Roberto Maciel Maciel
- O professor e escritor Felipe Aquino fez uma minuciosa explanação sobre os textos bíblicos, com ênfase no Evangelho de Cristo Jesus, proclamados na Liturgia de Domingo (5/5/24, VI Semana da Páscoa) da Igreja Católica Apostólica Romana. O Evangelho encontra-se no texto de São João (Jo 15, 9-17). A 1ª Leitura refere-se aos Atos dos Apóstolos (At 10, 25-26. 34-35. 44-48). O Salmo Responsorial (de resposta) é o Sl 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4 (R. cf. 2b), com o refrão "- O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações." A 2ª Leitura está na Primeira Carta de São João (1Jo 4, 7-10). O professor Felipe diz que os judeus pensavam que o Reino de Deus era só para eles, tanto assim que quando começou o Cristianismo, os cristãos foram perseguidos. Os apóstolos foram perseguidos, o próprio Cristo foi morto pelos judeus, mataram Estêvão, Tiago Maior... Os judeus achavam que a salvação era só para eles, pois era o povo escolhido, que veio do patriarca Abraão. Por isso, na cabeça deles qualquer coisa diferente disso estava errado. Por esse motivo, perseguiam os cristãos, inclusive o convertido Paulo de Tarso, em suas viagens apostólicas, apóstolo que anteriormente defendia o Judaísmo, e Jesus apareceu-lhe ressurreto no caminho para Damasco, na Síria. Jesus começa a quebrar essa visão de exclusivismo dos judeus como povo de Deus. O próprio São Paulo foi pregar o Evangelho para os pagãos e defendeu o fim da circuncisão para os gentios, o que aparecerá posteriormente no livro dos Atos dos Apóstolos. Mas antes disso, Jesus preparou São Pedro, num bonito episódio de Atos 10, quando o apóstolo encontrava-se em Jope (à beira-mar do Mediterrâneo), e houve uma visão, ao meio-dia. Nessa ação extraordinária de Deus, desceu um lençol cheio de animais com os quais os judeus não se alimentavam, pois consideram-nos impuros. Para os judeus, o peixe, por exemplo, não pode ser de couro, mas precisa apresentar escamas. Já o animal comum, dever ser ruminante e ter o casco aberto, caso contrário não é consumido. Eles, então, não consomem a carne suína, mas, sim, a bovina (animal ruminante). Na visão, Pedro viu o lençol descer três vezes do céu com animais impuros e uma voz dizer: "Pedro, pega, mata e come!" Era hora do almoço. E Pedro retrucou: "Não, Senhor, na minha boca nunca entrou nenhuma impureza dessa". E Jesus fala para Pedro: "Não chame de impuro o que eu purifiquei!". Pedro deve ter pensado: "O que será que Jesus quer me dizer?" E, certamente, pediu a Deus a interpretação. Enquanto isso, na casa do pagão Cornélio (centurião/oficial romano), aconteceu a aparição de um anjo mandando chamar Pedro em Jope. Um mensageiro do gentio foi, então, a Pedro dar o recado, e este fez a ligação das coisas entre o pagão o chamando e a visão falando das coisas impuras que o Senhor purificou. Aí, o apóstolo atendeu ao pedido. E Cornélio, quando o viu, foi ao seu encontro e ajoelhou-se diante dele, pensando ser um grande profeta. Por sua vez, Pedro, imediatamente, disse que não precisava ajoelhar-se, pois era um homem igual ao centurião. Pedro começou a pregar, compreendendo que Deus não faz acepção entre as pessoas, aceitando quem O teme e pratica a Sua justiça, ou seja, quem faz o bem. E aconteceu, durante a pregação petrina, um Pentecostes na casa de Cornèlio: o Espírito Santo desceu sobre todos os presentes, provavelmente até sobre crianças. Os fiéis de origem judaica que estavam com Pedro ficaram impressionados, com a descida do Espírito Santo sobre os pagãos. Isso dá a impressão de que o Espírito Santo tem uma sede de descer sobre nós... Aí, Pedro mandou batizar todos, sendo a primeira vez que a história do cristianismo registra o batismo de alguém que não era judeu. Assim, o Evangelho pôde ser aberto à toda a humanidade. Isso foi importante para os cristãos, e mais precisamente para Pedro, pois quando ele foi para Jerusalém, os cristãos oriundos do Judaísmo o repreenderam por entrar na casa de um pagão e, ainda mais, batizar todas as pessoas presentes. E como Pedro contou a experiência extraordinária ocorrida na casa de Cornélio, eles aceitaram que o cristianismo não era somente para os judeus, mas também para os gentios, ou seja, destinado à humanidade inteira. Posteriormente, ocorrerá o episódio em que Paulo e Barnabé defendem que os pagãos não precisam da circuncisão judaica para receber o batismo e ingressar no cristianismo. Isso foi imprescindível, pois se o cristianismo não se abrisse a todo o mundo, acabaria se tornando uma espécie de seita do Judaísmo, não se tornando a salvação geral. Anteriormente, houve o caso do militar romano que pediu para Jesus curar o seu servo, dizendo que ele poderia fazê-lo a distância, pois não se sentia digno que entrasse em sua residência. Houve ainda o outro caso do militar de Roma aos pés da cruz que fez a profissão de fé: "Este realmente é o Filho de Deus!" Isso mostra que há também pagãos com o coração sensível a Deus. No Evangelho, há um trecho da conversa de Jesus com os discípulos, na Santa Ceia. A cada dia, a Igreja Católica coloca uma parte dessa leitura. Jesus diz que o amor do Pai chega a nós pelo Filho: como o Pai o amou, ele também nos ama. Jesus viveu na terra para obedecer os mandamentos de Deus Pai. No poço de Jacó, quando Jesus falou à samaritana, ao meio-dia, disse aos apóstolos, preocupados se ele estava com fome: "Eu tenho um alimento que você não conhecem: fazer a vontade do meu Pai!" Isso é viver os mandamentos de Deus. Santo Afonso de Ligório explica que fazer a vontade divina é assim: inicialmente, fazer o que Deus quer e, depois, querendo o que Deus faz. Fazer o que Deus quer é obedecer os mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, conhecer a doutrina, os evangelhos... A alegria plena que Jesus fala no Evangelho é saber que somos amados por Deus. Jesus coloca a síntese dos mandamentos: "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei!". O referencial deste amor é "como ele nos amou". E ele nos amou até à Cruz. Deus é Amor. Não é o amor existente no mundo, que é uma caricatura do amor, um amor genérico. O amor de novela é fantasia, é egoísmo... Dão o nome de amor ao egoísmo. Amar não é apenas gostar, não é gostar de uma fruta, de um alimento. A gente ama pessoas, e gosta de coisas, objetos. Amar é dar-se. São Paulo (Ef 5, 25) fala aos casais: "Maridos, amai vossas esposas como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela!" Não existe amor verdadeiro sem renúncia, sem cruz, pois a pessoa só pode dizer sim para a outra, dizendo não para si própria. Um indivíduo quando dá uma boa esmola para um necessitado, perde aquele bem doado. Todo ato de amor é um ato de renúncia. Ninguém amará o outro se for egoísta, se só pensar em si. A mãe, quando cuida do filho à noite, renuncia ao sono para fazer esse ato de amor. São Paulo (1Cor 13,) em seu Hino ao Amor/Caridade, que não teria amor verdadeiro, somente se falasse a língua dos anjos, tivesse o dom da profecia, tivesse fé a ponto de transportar montanhas, e nem se distribuísse todos os bens para os pobres... Isso não seria amor. O amor, para Paulo, é paciente, é bondoso, não tem inveja, não é orgulhoso, não é soberbo, não é prepotente, não é autossuficiente, não é arrogante, não é exibicionista, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... Este hino é um pouco do retrato de Deus. Paulo diz que tudo cessará (a fé, a esperança), e a única coisa que ficará em nós é o amor/caridade. Ele fala que a caridade/amor é o vínculo da perfeição. E Jesus coloca que ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelo amigo. Para os cristãos hoje, isso quer dizer não somente morrer na cruz, mas gastar o tempo, a paciência e a bondade com o outro. Jesus acentua que não foram os apóstolos que o escolheram, mas ele que os escolheu, assim como chama todas as pessoas a servir na Igreja, a fim de dar frutos, com a evangelização, a caridade, a bondade... E assim, o que o fiel pedir ao Pai, em nome de Jesus, pela salvação eterna, receberá. Na segunda leitura (1Jo 4, 7-10), o tema também é o amor de Deus, que enviou seu Filho único para que todos tenham vida eterna. Ele foi a vítima oferecida em sacrifício para reparar todo o mal da humanidade diante da Justiça divina. Deus é misericordioso mas é também justo. O ser humano pecou e peca. Então esse pecado precisa ser reparado. Nenhum humano poderia reparar a Justiça divina, que é infinita em sua majestade. Ele, então, permitiu que seu Filho (homem e Deus) viesse ao mundo para salvar a humanidade. - (Redig. por PRM após pesq. no Canal do YoutTube "Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino" -VI Domingo da Páscoa - 5/5/24)
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