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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, encaminhou na sexta-feira (27/03/2020), correspondência ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, na qual a entidade se prontifica a ajudar na implementção do chamado “isolamento social vertical” de pessoas do grupo de risco e de contaminados do novo coronavírus.
“A evolução de casos da covid-19 na Coréia do Sul e na Alemanha demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica Robson Andrade em um dos trechos do documento. “Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda que gradual das atividades produtivas”, acrescenta.
No documento – encaminhado também aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Senado Federal, Davi Alcolumbre; e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia –, a CNI argumenta que o isolamento vertical requer forte coordenação entre os setores público e privado.
Por esse motivo, propõe uma parceria com o governo federal, por meio da qual o Serviço Social da Indústria (SESI) se compromete a capacitar e dar assistência para realização de testes rápidos da Covid-19, custeados com recursos do governo federal, para 100% dos cerca de 9,4 milhões de trabalhadores da indústria, a cada 15 dias, com isolamento social apenas de pessoas com exame positivo. Além disso, seriam realizados exames moleculares (PCR), conhecidos como “contraprova”, para verificar falsos positivos da Covid-19.
De acordo com o presidente da CNI, para isso, é muito importante que sejam feitos testes rápidos nos pacientes sem sintomas, pois acredita-se que 80% da população infectada apresenta poucos ou nenhum sintoma da doença, sendo responsável pela maioria das contaminações locais. “Trata-se de uma estratégia complexa, mas possível e, no caso do Brasil, necessária, pois as empresas e os cidadãos não terão fôlego financeiro para resistir por um período prolongado de isolamento social horizontal”, alerta Robson Andrade
Proposta inclui criação de fundo de aval para financiar capital de giro para MPEs
Proposta prevê, dentre outras ações, que 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias. Entidades apoiarão a realização de certificações de produtos e serviços de combate à pandemia
A proposta prevê ainda a criação de uma plataforma online, integrada e colaborativa, para manejo clínico do novo coronavírus em uma rede de atenção primária e de parceiros privados. A CNI propõe a criação de um fundo de aval, com recursos no valor de R$ 500 milhões, que seriam aportados pelo SESI, para financiar capital de giro das indústrias de micro, pequeno e médio portes, com faturamento anual de até R$ 10 milhões. “O objetivo, neste caso, é contribuir para a provisão de liquidez das empresas industrais, durante o período de retração das atividades empresariais, que não sabemos quanto tempo vai durar”, afirma Robson Andrade.Ainda segundo o presidente da CNI, a prioridade máxima, neste momento, são as ações para preservar vidas, seguindo sempre as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) com relação à covid-19. “Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos”, afirma Robson Andrade, acrescentando que é preciso que o governo estabeleça uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa dos setores produtivos.
Fonte: Site da CNI. www.portaldaindustria.com.br/cni . Publicado em 27/03/2020.
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