Pedro Siqueira, um católico que recebe mensagens de anjos, santos e de Nossa Senhora

Questão de fé: Oração do Terço especial é momento confortante para os fiéis

Texto, pesquisa e fotos reproduzidas de imagens da internet: Paulo R. Maciel para  blog REPORTERPAULOMACIEL.BLOGSPOT.COM

Venho me interessando pela vida do católico-vidente Pedro Siqueira (foto) há algum tempo, desde que o vi no programa “Mais Você”, da jornalista Ana Maria Braga, na TV Globo. Em seguida soube mais coisas sobre ele, via internet e jornais, inclusive que tinha sido entrevistado também no programa “De Frente com Gabi”, de Marília Gabriela (foto), no SBT, no “Marcia Peltier Entrevista”, “Cá Entre Nós”, de Rose Silveira, na RCTV, entre outros programas. Mais tarde vim saber que escrevera o livro “Senhora das Águas” (cerca de trinta mil exemplares vendidos), depois de receber uma orientação neste sentido da própria Nossa Senhora, em uma viagem a Fátima, em Portugal.  Escreveu ainda “Senhora dos Ares” e “Você pode falar com Deus”. Acredito na sua sinceridade. Ele passa isso, pelo menos para mim e para muitos outros católicos. Interessante é que ele não é só “católico praticante”, mas também servidor da Advocacia Geral da União (AGU), adepto das artes marciais (“legado dos monges zen budistas orientais”), músico e... torcedor do Fluminense. É carioca da Zona Sul, frequentador da Igreja de Santa Mônica, em Copacabana, onde começou a levar suas mensagens de anjos, santos e de Nossa Senhora para a Oração do Terço, ao som de um violão. Com cerca de vinte anos de atuação, cada vez mais aumenta o público que vai às orações. Por isso, hoje leva o Terço a São Paulo/SP, João Pessoa/PB, Manaus/AM, Belém/PA e outras tantas cidades para as quais é convidado. Passando já da faixa etária de quarenta anos, Pedro é casado com uma católica apostólica romana, que o acompanha desde os dezesseis anos, e que ele chama de “ortodoxa”, talvez por ser daquelas que seguem rigidamente a nossa Igreja. Ele diz que tem um filho e se se manifestar nele os mesmos dons espirituais paternos, irá orientá-lo de uma forma que acha mais correta para lidar com uma situação singular como essa. Pedro descreve seu anjo da guarda como um homem com face de jovem de dezesseis anos, de túnica verde, pele brilhosa, sempre o orientando e tomando conta de suas ações. Esses dons místicos, sagrados, as aparições, mensagens e acontecimentos telecinéticos vêm desde que ele tinha três anos de idade, o que preocupou sua mãe. Afinal, portas e janelas batiam, camas se movimentavam, outras coisas estranhas aconteciam, e às vezes o menino chorava diante do inusitado, entre outras coisas não muito comuns para famílias ditas normais. Isso a fez submetê-lo a consultas com psicólogo, psiquiatra e neurologista. Nada de “anormal” foi detectado e a mãe se acalmou um pouco. Só voltou a um médico tempos depois, por causa de um problema ósseo. A partir dos dezesseis anos as mensagens e sensações tiveram uma mudança significativa: tudo ficou mais colorido, mais imprevisível e passou a atingir o seu próprio físico. Ele sentia, por exemplo, as dores no corpo de coisas que aconteciam com os outros. Um dos fatos interessantes contados por ele em entrevista, foi que, aos vinte anos de idade, o próprio São Francisco de Assis lhe apareceu em Assis, na Itália, numa igrejinha simples, de pedra, na qual o Papa João Paulo II recebera líderes mundiais. “São Francisco esteve ajoelhado ao meu lado na igreja, sorriu e tocou em mim, causando-me enorme emoção”, disse. Quando esteve na Inglaterra, Pedro também teve manifestações espirituais, que foram relatadas aos presentes. Só assumiu publicamente seus “dons do Espírito Santo e paranormalidade” aos 22 anos, por uma questão de fé, já que passou a se apresentar na Oração do Terço. Pedro diz que essa devoção o leva à contemplação, a estar mais perto de Deus, e permite que passe boas mensagens aos fiéis. Logo que começou a dirigir ou conduzir o Terço na Igreja de Santa Mônica, formava-se uma luz dourada no teto que depois descia milagrosamente, fazendo desaparecer as angústias das pessoas, levando uma sensação de prazer e, até mesmo, curando dores físicas como as de coluna, artrose, etc. Em algumas dessas reuniões, uma voz passava a lhe dizer dentro do peito mensagens positivas sobre os fiéis presentes ou sobre seus familiares, até mesmo citando nomes, e ele as transmitia. Vários dos agraciados, ao fim da sessão, confirmavam as identidades das pessoas reveladas pelos anjos ou santos. Há reuniões em que Pedro observa que “almas do purgatório” comparecem silenciosamente para que todos rezem por elas. Quando está no Terço, Pedro canta, toca, reza e se diz livre para o que o mundo espiritual quiser naquele momento. Algumas coisas ele vê pela sua intuição, na sintonia com o mundo espiritual, quando o Espírito Santo o faz ver. Outras, os santos as transmitem a ele para que passe para determinadas pessoas. Pedro acha que a Igreja Católica tem um plano de vida excelente para quem quer se tornar santo, e por isso mesmo muitos católicos se tornam santos, dando-lhe enorme alegria o fato de que alguns venham auxiliá-lo na sua missão de paz. Sua missão é pregar às pessoas que Deus existe, que sejam amigas de Deus, que o mundo não pode ser tão materialista, consumista, imediatista, não pode ser tão afastado de Deus. Pedro Siqueira se diz otimista e passa essa posição para todos que o cercam, lembrando que Jesus Cristo, no Evangelho, fala mais de trezentas vezes: “Não tenham medo”. Pelas mensagens que recebe e transmite, Pedro não pode cobrar nada, pois seu anjo da guarda lhe disse que é um dom gratuito que Deus lhe deu e ele precisa utilizá-lo também de forma gratuita para os outros. O que lhe foi dito é que Deus é o Pai de todos e Nossa Senhora é a mãe da humanidade, sejam essas pessoas ligadas a qualquer religião ou até mesmo sem religião. A Mãe Celestial, no entanto, gostaria que todos a seguissem de braços abertos. Pedro acredita que para ir para o Céu, independentemente de religião, basta ser uma pessoa correta, que se esforce pelo próximo, tenha atos de amor, caridade, que se esforce em evoluir espiritualmente e que tenha adoração por Deus.  Quando ainda bebê uma convulsão o levou ao hospital carregado pelas mãos de sua mãe. O médico tentou reanimar o menino de todas as formas, mas considerou em seguida que ele estava morto. E ele voltou à vida milagrosamente, segundo verificaram o médico e os pais. Para o neurologista o episódio não foi fator determinante para o surgimento da paranormalidade ou vidência. No Colégio Santo Agostinho, no Rio/RJ, onde Pedro estudou, os colegas de sala não “davam a mínima” para seus dons, encarando-os de forma normal. A família, no entanto, sempre o orientou a não falar das coisas da vida das pessoas que o assediavam por mensagens sobrenaturais. Muitos o procuravam justamente por ele ter essa facilidade de receber visões boas ou ruins sobre o futuro das pessoas. Ele se recorda que às vezes o seu anjo da guarda lhe dizia coisas particulares, em outros momentos santos revelavam novas situações e em algumas ocasiões as imagens lhe apareciam numa tela mental, e ele via as coisas que aconteceriam como num filme de cinema. Pedro Siqueira garante que seu próprio espírito esteve algumas vezes frequentando o purgatório, um lugar parecido com o nosso, “com casas, lagos, montanhas, campos, só que mais colorido que aqui”. Ele afasta a possibilidade de incorporar ou psicografar mensagens de seres do além, como ocorre no espiritismo. Quando passa uma mensagem, é a pedido do Espírito Santo, de anjos, de santos ou de Nossa Senhora, que orientam-no sobre o que fazer. Conforme falou em uma das entrevistas que concedeu, sua missão é, simultaneamente, um prazer e um fardo, pois as forças malignas também o atormentam.  No embate espiritual, o demônio às vezes interfere para tentar impedir que Pedro leve Deus e Nossa Senhora às pessoas. As forças das trevas ameaçam e fazem mal a ele, a familiares e até a animais de estimação. Um cãozinho da família chegou a perder uma vista numa dessas ardilosas manifestações demoníacas de punição. Quando tinha pouco mais de vinte anos, uma criatura demoníaca muito poderosa o paralisou em sua cama, fazendo-lhe fortes ameaças, levando-o a pensar que ia morrer e ser levado para o inferno. Felizmente tudo voltou a normal, após chorar e clamar por seu anjo da guarda e São Miguel Arcanjo, que expulsaram a força maligna do seu quarto. Ele lembra que isso não ocorre somente com ele, mas o próprio Santo Padre Pio, que vivia em clausura, “apanhou” fisicamente do demônio materializado, e o mesmo aconteceu com Santo Cura D’ Ars (São João Maria Batista Vianney). Sobre o fato de escrever o livro “Senhora das Águas”, diz que foi um pedido de Nossa Senhora, em aparição durante visita ao bosque de Fátima, quando viajou juntamente com um frei orientador espiritual. O livro é de ficção baseado em fatos reais, contando suas experiências espirituais.

Outros pontos captados em entrevistas:

Conversa com Deus: Segundo Pedro Siqueira, todos podem falar com Deus, e, para se dirigir a Ele sem muita formalidade, deve-se praticar a oração pessoal. A prática leva à intimidade com Deus. Essa oração se faz espontaneamente, em casa ou na igreja, mesmo que seja rapidinho, no intervalo da hora do almoço. Pode ser feita com as próprias palavras do fiel, tanto pedindo como agradecendo ao Senhor.

Anjos: Anjos podem assumir a forma que quiserem, com ou sem asas, mas para Pedro só apareceram sem asas. Os arcanjos tem o rosto mais angulado (queixo afinado) e os anjos a face mais ovalada. Diz que para o Padre Pio o anjo apareceu em forma de menininho e para Dom Bosco, em forma de cão negro (o padre tinha mesmo um cachorro que o defendia). Pedro tem diálogo com seu anjo da guarda, que o ajuda a conduzir a Oração do Terço. São Miguel Arcanjo lhe apareceu com três metros de altura, rosto angulado, sisudo, olhos e cabelos brilhantes, armadura de couro, vestes longas vermelhas e espada flamejante. Deus designa um anjo para todo ser humano desde quando é concebido no ventre da mãe. Padre Pio reclamava com seu anjo da guarda, quando o invocava e não o via.

Curiosidades: O anjo da guarda não fica o tempo todo junto ao seu protegido, pois tem outros afazeres/funções no coro celestial. Ele tem que ser invocado, principalmente a cada dia ao acordar. Numa das visitas ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida/SP, Pedro (que estava junto com sua esposa) viu um ser angélico ao lado de seu anjo da guarda e da santa Padroeira. Esse ser lhe disse que sua esposa estava grávida e que ele era o anjo da guarda do menino. O casal foi fazer o teste de gravidez, que confirmou o resultado positivo. 
Santos que mais lhe aparecem: São Francisco de Assis, Santa Rita de Cássia, Santo Antônio, São Jerônimo, Santo Padre Pio, além de Nossa Senhora e o seu anjo da guarda.

Sobre o Céu: Pedro confessa que nunca viu o Céu em suas visões.

Purgatório: Este, Pedro já viu e seu espírito até já esteve nele. Diz que existem graus de purgatório. Os mais duros são o mais próximos do inferno, e confessa que são terríveis. Porém os mais próximos do Céu são de uma beleza extraordinária. São dimensões. Não existe somente um purgatório, onde se coloca todo mundo junto. Cada alma tem que cumprir sua pena, pagar sua dívida, de uma forma pessoal, individualizada e sob medida. Por isso, opina que não faria sentido e seria injusto ter apenas um tipo de purgatório para todo mundo indiscriminadamente.

Teletransporte de seu espírito: “Há purgatórios muito ruins que pensei até que fossem o inferno, mas o meu anjo disse que não era. O inferno era muito pior. Mas foi um sofrimento muito grande, uma dor horrível, coisa que não vi nem em filme. Há, no entanto, purgatórios belíssimos, com lagos, luzes, paisagens de campos, algo parecido com casas, todos trabalhando em prol do mundo espiritual. É normal o meu espírito se deslocar, sair, quando em estado de sonolência profunda. Sinto um puxão e rapidamente estou no lugar, e sou recebido por pessoas de muita luz que me mostram tudo. Às vezes peço a presença do meu anjo para me certificar da proteção.”

Discernimento: Das mensagens que Pedro recebe, há coisas que podem chocar as pessoas e por isso há que haver muito discernimento para revelá-las ou não, mas há coisas que precisam ser ditas.

Demônios: (Como disse Jesus, “Orai e vigiai”, para afastá-los de nós.): Os demônios são anjos caídos. Alguns aparecem a Pedro e seu formato se assemelha a uma mistura de macaquinhos com morcegos. Outros são de uma hierarquia superior e usam até terno. São tentadores e às vezes aparecem em meio a forte cheiro de enxofre e névoa verde-musgo muito densa. Eles costumam saber tudo da nossa vida e são muito inteligentes e poderosos. Ameaçam com perseguição aos que não aderem a eles. Estão ao redor das pessoas e não se pode baixar a guarda e ter descuido diante deles. Sua ameaça é colocar em descrédito o projeto de Deus e, para isso, contam com a colaboração de muitos seres humanos, nos quais, às vezes, colocam uma pequena sugestão na mente fraca e conseguem seu intento.

Visão da Virgem Maria: Participando de um retiro, na Comunidade Canção Nova, no Vale do Paraíba/SP, aos 23 anos, Pedro viu Nossa Senhora pela primeira vez, olhando para o céu. Era um rosto de uma menina de treze a quatorze anos, cabelos negros, pele branca, lábios rosados, olhos azuis, de túnica e véu brancos. Mas ela aparece de diversas formas, dependendo da localidade. Em João Pessoa/PB, Maria estava toda de branco com uma faixa azul na cintura. Em Guadalupe (México), ela aparece como uma índia. Em Medjugorie (Bósnia e Herzegovina), a visão é de uma moça dos Balcãs, com rosto característico. Talvez essas diferenças sejam para fazer entender que ela é a mãe de todos aqui na terra. Na Oração do Terço, Nossa Senhora vem à presença de Pedro com uma voz suave, em tom de alto para mediano, mas como que tomando conta de todo o ambiente. Não é em toda Oração do Terço que ele a vê. E em cada cidade, a assembleia faz a diferença na oração, dependendo do seu nível espiritual. Em locais com vivência espiritual muito forte é mais fácil e produtiva a condução do Terço. Já em outros onde a presença maior é de curiosos, a oração não tem o mesmo resultado. Pedro lembra que em Belém/PA, a Oração do Terço seria no Santíssimo da igreja (“que dá uma maior proteção, uma defesa”), mas houve mudança para um teatro devido ao grande número de pessoas. Com a transferência, associada a outras conjunturas, a oração aconteceu mas não teve o resultado que ele e muitos dos fiéis esperavam.