"Revolução de 1964" ou "Golpe Militar"?, "Regime Militar" ou "Ditadura"? Cada um tem a sua opinião. E é bom que isso aconteça, que se possa ter opinião concordante ou discordante. Mas há quem radicalize totalmente contra o período de exceção, sem se espelhar com imparcialidade na situação da época histórica em que os fatos ocorreram. Para alguns analistas sem paixões, os militares só tomaram o poder porque houve apoio considerável dos civis, pois o país vivia numa "bagunça só" e era necessária a instalação da "ordem já". Governos totalitários de direita ou de esquerda não são bons e ambos existiam e existem hoje também. Será que uma cubanização desse nosso extenso Brasil seria o melhor para os cidadãos? O que viria, se não fosse a ação conjunta de militares e civis articulados? Seria um regime do proletariado? Um regime comunista ligado à União Soviética, à Albânia ou à China? Um governo de um ditador único de esquerda com os atrasos que isto acarretaria? Ao que tudo indica, tudo começou com a renúncia do presidente Jânio Quadros, a ascensão do seu vice, João Goulart, e a instalação do caos político, social e econômico no país, em meio a muita demagogia com as classes menos aquinhoadas, como camponeses, operários ligados a sindicatos e militares menos graduados. Muitos chegam a elogiar o primeiro presidente da era militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que teoricamente iria convocar eleições num prazo curto, após a "ordem instalada". O que vários setores da sociedade que apoiaram a "Revolução de 64" questionam é a perenização dos militares no poder por anos a fio. Mas, de uma forma ou de outra, grande parte da população viveu nesse período discricionário de forma passiva perante o que acontecia politicamente. Aqui no Brasil, pelo menos não houve só um militar de plantão (um ditador), mas um rodízio de militares que ocuparam a Presidência da República até a distensão, a abertura gradual, a anistia e a volta da eleição presidencial. Hoje vivemos melhor? Sim! E é bom que seja assim, com a democracia plena, com a garantia das liberdades... Mas é preciso também que os governantes tenham pulso firme diante das graves transgressões, a fim de garantir a "ordem" e não deixar a coisa degringolar, o que pode prejudicar a maioria da população, que é pacífica e agregadora. Eu era criança quando a "Revolução" eclodiu e passei boa parte da minha vida sob a égide do Regime Militar. Agi socialmente, jornalisticamente, literariamente, politicamente, transgredindo pouco as regras de então. Se isso foi bom ou não, eu sei que o meu dever eu cumpri, respeitando e convivendo com ambos os lados, os a favor e os contra.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Um simples olhar sobre os idos de 1964, no Regime de Exceção. Revolução ou ditatura?
Texto: Paulo R. Maciel para o blog REPORTERPAULOMACIEL.BLOGSPOT.COM
"Revolução de 1964" ou "Golpe Militar"?, "Regime Militar" ou "Ditadura"? Cada um tem a sua opinião. E é bom que isso aconteça, que se possa ter opinião concordante ou discordante. Mas há quem radicalize totalmente contra o período de exceção, sem se espelhar com imparcialidade na situação da época histórica em que os fatos ocorreram. Para alguns analistas sem paixões, os militares só tomaram o poder porque houve apoio considerável dos civis, pois o país vivia numa "bagunça só" e era necessária a instalação da "ordem já". Governos totalitários de direita ou de esquerda não são bons e ambos existiam e existem hoje também. Será que uma cubanização desse nosso extenso Brasil seria o melhor para os cidadãos? O que viria, se não fosse a ação conjunta de militares e civis articulados? Seria um regime do proletariado? Um regime comunista ligado à União Soviética, à Albânia ou à China? Um governo de um ditador único de esquerda com os atrasos que isto acarretaria? Ao que tudo indica, tudo começou com a renúncia do presidente Jânio Quadros, a ascensão do seu vice, João Goulart, e a instalação do caos político, social e econômico no país, em meio a muita demagogia com as classes menos aquinhoadas, como camponeses, operários ligados a sindicatos e militares menos graduados. Muitos chegam a elogiar o primeiro presidente da era militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que teoricamente iria convocar eleições num prazo curto, após a "ordem instalada". O que vários setores da sociedade que apoiaram a "Revolução de 64" questionam é a perenização dos militares no poder por anos a fio. Mas, de uma forma ou de outra, grande parte da população viveu nesse período discricionário de forma passiva perante o que acontecia politicamente. Aqui no Brasil, pelo menos não houve só um militar de plantão (um ditador), mas um rodízio de militares que ocuparam a Presidência da República até a distensão, a abertura gradual, a anistia e a volta da eleição presidencial. Hoje vivemos melhor? Sim! E é bom que seja assim, com a democracia plena, com a garantia das liberdades... Mas é preciso também que os governantes tenham pulso firme diante das graves transgressões, a fim de garantir a "ordem" e não deixar a coisa degringolar, o que pode prejudicar a maioria da população, que é pacífica e agregadora. Eu era criança quando a "Revolução" eclodiu e passei boa parte da minha vida sob a égide do Regime Militar. Agi socialmente, jornalisticamente, literariamente, politicamente, transgredindo pouco as regras de então. Se isso foi bom ou não, eu sei que o meu dever eu cumpri, respeitando e convivendo com ambos os lados, os a favor e os contra.
"Revolução de 1964" ou "Golpe Militar"?, "Regime Militar" ou "Ditadura"? Cada um tem a sua opinião. E é bom que isso aconteça, que se possa ter opinião concordante ou discordante. Mas há quem radicalize totalmente contra o período de exceção, sem se espelhar com imparcialidade na situação da época histórica em que os fatos ocorreram. Para alguns analistas sem paixões, os militares só tomaram o poder porque houve apoio considerável dos civis, pois o país vivia numa "bagunça só" e era necessária a instalação da "ordem já". Governos totalitários de direita ou de esquerda não são bons e ambos existiam e existem hoje também. Será que uma cubanização desse nosso extenso Brasil seria o melhor para os cidadãos? O que viria, se não fosse a ação conjunta de militares e civis articulados? Seria um regime do proletariado? Um regime comunista ligado à União Soviética, à Albânia ou à China? Um governo de um ditador único de esquerda com os atrasos que isto acarretaria? Ao que tudo indica, tudo começou com a renúncia do presidente Jânio Quadros, a ascensão do seu vice, João Goulart, e a instalação do caos político, social e econômico no país, em meio a muita demagogia com as classes menos aquinhoadas, como camponeses, operários ligados a sindicatos e militares menos graduados. Muitos chegam a elogiar o primeiro presidente da era militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que teoricamente iria convocar eleições num prazo curto, após a "ordem instalada". O que vários setores da sociedade que apoiaram a "Revolução de 64" questionam é a perenização dos militares no poder por anos a fio. Mas, de uma forma ou de outra, grande parte da população viveu nesse período discricionário de forma passiva perante o que acontecia politicamente. Aqui no Brasil, pelo menos não houve só um militar de plantão (um ditador), mas um rodízio de militares que ocuparam a Presidência da República até a distensão, a abertura gradual, a anistia e a volta da eleição presidencial. Hoje vivemos melhor? Sim! E é bom que seja assim, com a democracia plena, com a garantia das liberdades... Mas é preciso também que os governantes tenham pulso firme diante das graves transgressões, a fim de garantir a "ordem" e não deixar a coisa degringolar, o que pode prejudicar a maioria da população, que é pacífica e agregadora. Eu era criança quando a "Revolução" eclodiu e passei boa parte da minha vida sob a égide do Regime Militar. Agi socialmente, jornalisticamente, literariamente, politicamente, transgredindo pouco as regras de então. Se isso foi bom ou não, eu sei que o meu dever eu cumpri, respeitando e convivendo com ambos os lados, os a favor e os contra.
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