O Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil, órgão do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), presidido pela Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), manifesta seu pesar diante da morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido por um artefato explosivo enquanto trabalhava na cobertura de uma manifestação no Rio de Janeiro, na última semana. Este caso infelizmente simboliza de forma trágica a sistemática violência contra profissionais de comunicação que atuam na cobertura de manifestações.
Ao longo deste um ano de trabalho, vimos reiteradas formas de desrespeito e violência contra jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, radialistas no cumprimento de suas funções profissionais. É inadmissível que trabalhadores da comunicação, que ali estão para registrar e noticiar o que acontece no contexto desses atos fiquem expostos a essa violência descabida que aproveita manifestações públicas e democráticas para destruir o patrimônio, depredar espaços, ferir pessoas e, como neste caso, matar.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que lamentamos profundamente a morte do cinegrafista e nos solidarizamos com sua família, reforçamos a necessidade de que forças de segurança adotem protocolos claros e orientados para a garantia do respeito aos direitos humanos de manifestantes e profissionais da comunicação. Da mesma forma, que os veículos de comunicação ofereçam equipamentos de proteção aos integrantes de suas equipes.
Por fim, este Grupo de Trabalho, comprometido com a democracia e os direitos humanos, repudia com veemência todo e qualquer ato violento, contra quem quer que seja e cobra a pronta apuração dos fatos e responsabilização dos autores do crime. Ainda que não tenha existido um direcionamento intencional do atentado contra um profissional de imprensa, seus autores assumiram o risco de causá-lo. Não podemos ceder espaço para que manifestações democráticas virem territórios de guerra, sendo usurpadas por quem deseja propagar a violência e a barbárie.
Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH)
Senador Eduardo Suplicy
O senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo, pediu voto de pesar à família de Santiago Ilídio de Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, que morreu em decorrência dos ferimentos provocados por um rojão que o atingiu na semana passada durante manifestação no Rio de Janeiro. Ele comentou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República já anunciou que um grupo de trabalho vai propor medidas para a proteção de jornalistas e que a Associação Brasileira de Rádio e Televisão alerta que a apuração e a punição dos responsáveis têm que ser exemplar para que casos como esse não se repitam. Eduardo Suplicy informou ainda que, segundo o Conselho de Comunicação Social, que assessora o Congresso Nacional, houve mais de 100 agressões contra jornalistas nos protestos do ano passado. Neste ano, já foram três casos; um deles, o do cinegrafista da Band. (Eduardo Suplicy) “Não acredito na solução de problemas por meio violentos, pois a violência sempre gera violência. Que a tragédia que ocasionou a morte de Santiago Ilídio de Andrade se torne um alerta para todos aqueles que em manifestações têm optando pela violência, destruição e danos de toda ordem, em especial, contra seres humanos.”
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