Texto e foto reproduzida de uma imagem impressa: Paulo
R. Maciel
Ao assistir pela
segunda vez ao filme “Paulo de Tarso” (Coleção Bíblia Sagrada, Edição Especial),
resolvi escrever uma pequena biografia do apóstolo São Paulo, para apreciação
dos leitores. Ele era chamado Saulo de Tarso, antes da conversão. Convertido
pessoalmente por Jesus redivivo, passou a se chamar Paulo de Tarso, e recebeu a
missão de espalhar a mensagem cristã por toda a terra. Os católicos o tratam
como São Paulo, e há quem se refira a ele como Apóstolo Paulo, Apóstolo dos Gentios,
entre outros títulos. Estudou na Escola de Gamaliel, em Jerusalém, concluindo o
curso de rabino ou sacerdote judeu, sendo da ala farisaica, ou seja, um zeloso
e fiel cumpridor das leis religiosas nas quais acreditava. Opôs-se aos
seguidores de Jesus porque os estudos que recebeu não comprovavam que o
Nazareno era o tão esperado Messias citado pelo Antigo Testamento. Com isso
acreditava que seguia fielmente suas convicções ao “caçar” os que supostamente
blasfemavam. Paulo era judeu, nascido na cidade de Tarso, cuja família lhe deu
também o título de cidadania romana. Sua profissão era tecelão ou fabricante de
tendas, que tinha uma importância significativa para as comunidades de sua
época. Seus familiares eram comerciantes. Não conviveu com Jesus, como fizeram
os outros apóstolos. Só se manifestou na perseguição aos partidários de Jesus Cristo,
após a morte e ressurreição deste, ressurreição esta em que não acreditava. Na
época, havia um exímio pregador cristão em Jerusalém chamado Estêvão, que
andava com os apóstolos, chamando todos à conversão. A convicção deles era de
que o Deus de seus pais havia ressuscitado Jesus, tornando-o chefe salvador
para dar a Israel a graça da conversão e o perdão dos pecados e destes fatos
eram testemunhas. Estêvão, que tinha Jesus como Salvador, Messias e Deus, foi
morto a pedradas por “blasfêmia”, tendo o sacerdote Saulo presenciado a
aplicação da pena. No limiar do cristianismo, com alguma efervescência das
pregações e conversões em cidades importantes, o sacerdote Saulo de Tarso recebeu
ordem escrita dos principais sacerdotes de Jerusalém para ir em comitiva a
Damasco prender os cristãos daquela região. Foi justamente na estrada de acesso
ao seu destino, que Jesus Cristo redivivo o fez cair do cavalo literalmente,
convertendo-o. Naquele momento histórico para o cristianismo, uma luz intensa
ofuscou a vista de Saulo e a voz de Jesus ressoou no céu: “Saulo, Saulo, por
que me persegue?” E Saulo perguntou: “Quem és tu, senhor?” E a voz respondeu:
“Eu sou Jesus, a quem você persegue.” Em seguida, Jesus lhe disse que fosse até
Damasco, para encontrar-se com Ananias, que curaria a sua cegueira e daria
novas instruções. Saulo ficou cego e em jejum durante três dias, até a visita
de Ananias, que levou-lhe a cura em nome de Jesus. Nesse caso, Ananias também
recebeu mensagem de Jesus para ir ter com Saulo na casa da rua Direita, onde
informou-lhe que ele foi escolhido como instrumento para levar a Palavra do
Mestre a todos os povos. Jesus disse: “Eu mesmo lhe mostrarei o quanto deverá
sofrer por amor do meu nome.” E Paulo, embevecido por tamanha honra exclamou:
“O próprio Senhor me chamou!” Foi em nome de Jesus que Paulo viria, tempos
depois, a pregar com muito sucesso a Palavra de Deus em todo o mundo e sofrer
por isso também. Ananias e Barnabé foram os primeiros companheiros de fé após a
conversão de Paulo de Tarso, mas depois somaram-se muitos outros, entre homens
e mulheres, pobres e ricos, escravos e senhores, do mesmo modo como acontecia
com o ministério de Jesus Cristo. Entre esses seguidores, colaboradores ou
cooperadores que ajudaram a divulgar a mensagem de Cristo Jesus podem ser
citados Lucas, Marcos, Timóteo, Silas, Tito, Filêmon, Áquila, Priscila e
outros. No princípio Paulo sentiu um certo “medo” natural diante da tamanha e
magnânima missão que lhe incumbira e confiara o próprio Filho de Deus, mas em
seguida deslanchou após fazer o seu “deserto” e se acercar de bons conselheiros
e informantes a respeito da vida de Jesus de Nazaré. Ananias o batizou no
Espírito Santo. Foi em Damasco que o
Apóstolo dos Gentios começou suas pregações. No princípio a missão se
apresentou bastante penosa pois os seguidores de Jesus Cristo tinham medo e não
acreditavam na conversão, tendo em vista sua fama bastante difundia de perseguidor
dos cristãos. Já os antigos aliados judeus passaram a considerá-lo traidor e
colocaram sua cabeça a prêmio. Para Paulo deixar Damasco, os cristãos o colocaram
num cesto e o desceram às escondidas pelos muros da cidade, a fim de despistar
os soldados. Só assim conseguiu sair ileso de um embate que poderia se
transformar numa enorme tragédia. Tempos depois, já cumprindo seu ministério
público, Paulo fez milagres em nome do Messias, foi preso e solto, foi
perseguido, discutiu seus pontos de vista com os outros apóstolos, com judeus
espalhados pelo mundo, convenceu muitos, escreveu importantíssimas epístolas
aos seus seguidores, divulgando a mensagem cristã, e morreu muitos anos depois na
expectativa da glória na eternidade. Os apóstolos Pedro e Tiago tiveram sérias
discordâncias com Paulo, pois os dois queriam que os gentios/pagãos convertidos
seguissem as leis e costumes judaicos, como, por exemplo, a circuncisão, a
alimentação e vestimenta. Paulo foi totalmente contra a ideia, argumentando que
o fundamental era apenas aderir ao Evangelho de Jesus Cristo, à fé no Filho de
Deus ressuscitado. Argumentava que a Lei de Moisés, na qual se inspiravam os
judeus, não era conhecida pelos gentios, e o importante era que conhecessem e
acreditassem em Jesus, seguindo seus ensinamentos, como a máxima “Não faça aos
outros o que você não quer que façam a si mesmo”. E acabou convencendo a todos no Colégio de Apóstolos,
sendo selado, então, o compromisso que liberava os gregos e demais povos
convertidos ao cristianismo de seguir a prática judaica, ainda que Jesus fosse
judeu. Bastava ser salvos pela “Graça do Senhor Jesus”. Disse Paulo: “Se alguém
está em Cristo é uma criatura nova; as coisas velhas passaram, tudo se faz
novo. Amém”. Para ele, nada poderá nos separar do amor de Deus em Jesus Cristo,
Nosso Senhor. E ainda: Deus quer que
todos se arrependam e estabeleceu um dia no qual deverá julgar o mundo por meio
de um Homem que enviou (Jesus) e deu a todos uma prova segura ressuscitando-o
da morte. Ele subiu ao Céu e nos julgará um dia por termos acreditado Nele,
Jesus de Nazaré... Sendo assim, o apóstolo empreendeu uma campanha missionária
jamais vista na face da terra, levando o nome de Jesus a todos os povos, cujo
ápice seria Roma, a capital do Império. Em suas viagens divulgou com
brilhantismo a Santíssima Trindade, formada por Deus-Pai, Deus-Filho Jesus e
Deus-Espírito Santo, esmiuçando conceitos, dirimindo dúvidas, normatizando
posturas, ou seja, organizando o nascente cristianismo universal. Após a sua
conversão na Estrada de Damasco, Paulo continuou a receber mensagens de Jesus
Cristo, ora dando-lhe incentivos, ora esclarecendo dúvidas, ora determinando
posições. Ele entendia a grandiosidade de sua missão e afirmava que o Espírito
Santo o advertia sempre sobre o que o aguardava, como cadeias e tribulações.
“Mas não considero minha vida preciosa para mim, contanto que conduza a bom
termo o serviço confiado por Jesus de testemunhar o Evangelho da Graça de
Deus”. Sobre o amor, o maior mandamento
de Jesus, Paulo o classificava como um sentimento que não é invejoso, não
guarda rancor, que tudo desculpa, que tudo suporta, que é paciente, benigno...
E dizia também que o que conta é a fé que se manifesta mediante o amor. São Paulo Apóstolo deu uma grande tacada de
mestre quando pediu, durante um julgamento crucial na região do Oriente Médio, que,
como portador de cidadania romana, lhe fosse conferido o direito de ser
conduzido ao imperador em Roma. Assim, cumpriria a missão que lhe foi dada por
Jesus de chegar ao centro do poder no mundo para divulgar o Evangelho. Em Roma,
o apóstolo teve mais um firme papel na divulgação do cristianismo e passou da
vida terrena para a eternidade, com o seu martírio por amor a Jesus Cristo. Em 2 Tm 4, 6-8 (Bíblia da Editora Ave Maria), ele praticamente relata a chegada
do martírio: “Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha
libertação se aproxima. Combati o bom
combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a
coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente
a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.”
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