Flamenguistas José de Almeida e Paulo Roberto Maciel posam para fotografia. Os dois são locutores colatinenses de coração

(Zé de Almeida e Paulo Maciel) - Clique na imagem para vê-la em tamanho maior

Texto: Paulo Roberto Maciel para o blog reporterpaulomaciel.blogspot.com

Na quinta-feira (10/12).o locutor aposentados José de Almeida fez uma visita aos ex-colegas de trabalho na Rádio Difusora de Colatina, situada no Edifício Dona Idalina, 5º andar, no Calçadão Geraldo Pereira, nº 194, no Centro da cidade. Zé de Almeida fez vários programas radiofônicos antes de se aposentar, destacando-se o “Correspondente Musical” e “A Hora é Boa”. Neste último programa, que ia ao ar das 5h às 8h, o locutor flamenguista “doente” acordava os ouvintes com buzinadas, latadas e até com o som de chocalhos, entre outras invenções suas. Ele gostava também de anunciar o nascimento de bebês pelas ondas do rádio, principalmente para as famílias da zona rural. O bordão “Nasceu Criançaaaaa!!!” ficou famoso. Era uma maneira de informar os familiares sobre o nascimento dos bebês nos hospitais, sem a ocorrência de quaisquer problemas, tal a falta de outros canais de comunicação numa época em que o telefone era raro. Outros bordões também fizeram parte da história de Zé de Almeida, como: “Não há de ser nada”, “Latadas e buzinadas para...”, “A gente brinca muito”, “Ô esquindô, esquindô!!!!”. Apesar de originalmente ser gago, o locutor raramente gaguejava ao microfone. Quando o seu time Flamengo ganhava o jogo do fim-de-semana, o Zé fazia uma algazarra na segunda-feira. Não só buzinava várias vezes para divulgar o feito esportivo mas tocava o hino do clube em diversas partes do programa: “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Flamengo sempre eu ei de ser...” Sem falar que ele gravava os gols rubro-negros narrados por locutores da Rádio Globo do Rio de Janeiro e os colocava no ar diversas vezes também. Quando havia um feriado na sexta-feira ele me pedia para fazer o seu programa. Me oferecia R$ 10,00 e eu pedia 20,00 - isso, nos anos 1990. Ele acabava pagando R$ 15,00. Explica-se: É que ele trabalhava nos feriados e nos sábados também – como ocorre com todos nós, locutores da Rádio Difusora de Colatina. Mas a esposa do Zé, a Rosália Briel, era funcionária da Caixa Econômica Federal, e, como todos sabem, não trabalhava, assim como todos os bancários, nos feriados e nem nos sábados. Ela, então, iria viajar para o apartamento do casal no balneário de Guarapari/ES para curtir o feriadão. Então a “benzoca” (nome carinhoso como o Zé se referia à esposa) pedia a ele para “colocar alguém para fazer o seu programa” na sexta e no sábado. O Zé recebia também muitas coisas dos seus ouvintes: mangas, laranjas, jaca, jambo etc. E às vezes até galinhas, lingüiças e outras carnes. Outra coisa que deve ser citada é que ele nunca esqueceu suas origens, falando sempre de sua Guarani, a terra natal lá nas Minas Gerais. O Trio Parada Dura e o produtor musical Jocarly Passos fizeram muito sucesso no programa “A Hora é Boa”. Muitos sanfoneiros e violonistas tocaram ao vivo no programa. Realmente, o Zé de Almeida – esse boa- praça e gente-boa – marcou sua história no rádio em Colatina. E olha que eu não estou nem falando dos tempos mais antigos, quando ele levava o gravador para as ruas e gravava os pedidos musicais com a pessoas e depois colocava no ar num outro programa. O Zé é decididamente “uma figura”. Faz parte da história de Colatina.