segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Dr. Dilo Binda: Foi-se o homem mas ficam seu legado, sua obra e sua história (1937-2012)
Texto: Paulo R. Maciel para o blog REPORTERPAULOMACIEL.BLOGSPOT.COM//////////////////////////////////////////////
Morreu na sexta-feira, dia 7 de setembro de 2012, vítima de câncer, aos 75 anos completados no dia 6 de junho, o médico, ex-prefeito e ex-deputado Dilo Binda. Considerado por muitos uma lenda da política de Colatina-ES, foi elogiado por muitos, criticado por outros, mas, com o tempo, conseguiu aproximação até de ex-adversários ferrenhos. No fim da vida terrena, entre erros e acertos, o saldo foi positivo, tanto na política quanto na área profissional. Dr. Dilo – como era chamado pela maioria – fez a Santa Casa, levou asfalto aos morros, construiu pesqueiros na zona rural, fez milhares de casas para servidores municipais e população no sistema de mutirão (a Prefeitura entrava com areia, brita e outros materiais e as partes complementavam o resto), criou ou ampliou novos bairros (Ayrton Senna, conjunto residencial Boa Vista no Morro do Cemitério de São Vicente, bairros São Pedro, Santos Dumont, Colúmbia, Olívio Zanotelli (Perobas) etc), instalou o Aterro Sanitário no Córrego Estrela (Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos e Incinerador de Lixo Hospitalar), o Horto Florestal do Santa Fé, criou o Gari Comunitário, instalou passarelas maiores na Ponte Florentino Avidos e novos corrimões para beneficiar pedestres e ciclistas, construiu a rua João da Mata ou Rua do Pimenta (ligando Vila Nova ao Centro), levou novas escolas, estradas e pontes ao interior, ampliou a Avenida Beira-Rio erradicando as ultrapassadas barracas de madeira, concluiu a Praça Sol Poente, a Biblioteca Municipal, fez o Camelódromo, municipalizou o ensino, valorizou o servidor público com a concessão de 50% nas férias e 50% no aniversário, entre outras realizações. Como médico-ginecologista e obstetra, fez - segundo seus cálculos - mais de trinta mil partos, e muitos gratuitamente, além de ter a consulta particular mais barata de Colatina. Enfrentou momentos tensos em toda a sua vida política, pois era um idealista, um sonhador e queria que tudo acontecesse imediatamente, o que não era possível no setor público em razão da burocracia, tramitação de matérias no Legislativo, licitações, medidas judiciais, adversários ferrenhos, ações sindicais, verbas públicas retidas... Mas era muito justo em suas posições, pregando que o que é público (do povo) não pode ser apoderado por particulares. Era tão contra os altos financiamentos de campanhas políticas que certa vez utilizou velhos cartazes do ex-senador Moacyr Dalla para fazer sua propaganda no verso e colar em locais estratégicos. Era a favor dos “pequenininhos”, ou seja, priorizava as classes de baixa renda... Fiz muitas campanhas para o Dr. Dilo Binda, sem pedir nada em troca, mas pela amizade que teve por mim, tanto que muitas vezes, aos domingos, viajávamos para sua fazenda na localidade de Casa Branca, em Itapina, em seu inseparável fusquinha amarelo, para passar o dia e comer um bom churrasco e uma boa comida. Seu corpo foi cremado na Grande Vitória, mas suas cinzas merecem ser depositadas num local especial da Santa Casa de Misericórdia de Colatina, obra que sem ele jamais existiria. Foi-se o homem mas fica um mito, uma lenda, um médico dedicado e humanitário, um político honesto. Descanse em paz, amigo Dilo Binda!!!
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PS: Fiz uma pequena biografia de Dilo Binda no meu livro “História Viva de Colatina”, publicado em 2004, PAULO ROBERTO MACIEL/GRÁFICA UNIÃO.
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OBS.: PODE SER REPRODUZIDO PUBLICANDO A FONTE.
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