quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Somos todos mulheres
Texto e selfie: Repórter, radialista e blogueiro Paulo Maciel, de Colatina/ES. 07-12-2016>>>
O Brasil, ou um grande contingente do Brasil, é um pouco demagógico, acredito eu; para não dizer hipócrita. Há várias situações em que cabe essa interpretação. Neste texto especificamente pretendo me ater a questões relacionadas a imposições de "cotas" para preenchimento de vagas em diversos setores da vida nacional. A inspiração, o cerne da questão, a ideia central, o objetivo essencial, até que me parece elogiável, louvável, mas a sua colocação em prática é outra coisa completamente diferente. Na última eleição observei como é difícil cumprir uma tal cota destinada às mulheres nos partidos políticos, para que elas disputem o pleito e influenciem no seu resultado. A idéia é: Aumentar o número de mulheres na representatividade política. Mas e se elas (em sua maioria) não quiserem fazer parte dessa atividade? Se não é a praia delas (em sua maioria)? Se é uma seara eminentemente mais masculina (em sua maioria) que feminina? Me pareceu que não havia mulheres interessadas o suficiente para preencher essa cota. E, na hora de fechar o documento com o número correto de candidatos inscritos, entre homens e mulheres, o que eu vi foi uma "correria louca" à cata de mulheres filiadas para disputar a eleição de qualquer jeito. Era como se você "implorasse" a algumas mulheres - mesmo elas não querendo - para que aceitassem fazer parte do grupo a fim de viabilizar a chapa. Na minha humilde visão foi uma situação deveras esdrúxula, até mesmo "hilária", não fosse uma questão judicial, legal, estudada por peritos, oriunda das mais altas cabeças pensantes deste nosso país. Acredito que nada imposto é bom, nem mesmo o próprio "imposto" (tributo) que pagamos. Deveria ser mais maleável. Às vezes, no entanto, alguns "especialistas" consideram que é necessária essa "imposição", até que se forme uma tal "conscientização" da sociedade sobre determinado tema importante, relevante, que é do interesse de todos. Aí, vêm outras situações de cotas impostas em concursos públicos, em vagas escolares, em vagas de empregos... mais precisamente destinadas a afrodescendentes, portadores de deficiência, idosos... Bem... mas, nesse quesito em particular, não vou entrar a fundo no seu mérito pois acho que não tenho opinião completamente formada e fechada sobre o tema. Por outro lado, a fim de relaxar e suavizar um pouco essa reflexão, vou citar um fato para mim no mínimo inusitado, acontecido na segunda-feira (05/12/2016). Me senti uma verdadeira "mulher" ao "integrar" e equipe do "Terço das Mulheres" da Catedral Sagado Coração de Jesus, em Colatina/ES. Antes que haja ilações precipitadas, eu explico: Não havia mulheres em número suficiente para "puxar" a recitação do Terço das Mulheres e, por este motivo, fui convidado por uma componente do grupo para fazer parte da equipe. Topei. Isto posto, acredito que fui mulher "ad hoc", por um período do dia. E digo isso com muito orgulho, pois a causa foi magnânima e justa: Rezar para Deus Pai, Deus Filho Jesus e Deus Espírito Santo, através das mãos liberais de Nossa Senhora. Confesso que o ocorrido me trouxe grandes reflexões espirituais e sociais. Não sei se o caso influiu de maneira psicológica, pragmática e profunda em meu ser (esse nosso ser macho com cromossomos masculino e feminino), mas no dia seguinte, curiosamente, ao rezar o Terço em minha casa (como faço diariamente), comecei a me imaginar na situação específica de uma mulher especial e sagrada: Maria Santíssima. Num devaneio inimaginável anteriormente, me coloquei gestando o menino Jesus dentro do meu corpo, subindo ao Céu e voltando à terra de forma sublimada, sentindo a sensação daquele episódio único na História da Humanidade. E foi algo profundo mesmo, ainda que me desse um pouco de receio, um medinho respeitoso, mas uma situação de aparente aquiescência por parte da Divindade... Senti o próprio Deus entrando em mim, nascendo em mim, crescendo em mim, vivendo dentro de mim, penetrando em minhas entranhas, e, pude perceber um pouco quanta responsabilidade foi colocada nas mãos de uma adolescente escolhida por Deus há dois mil e dezesseis anos.

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